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Política
Sábado - 28 de Abril de 2012 às 21:03
Por: Renê Dióz

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O Partido da República (PR) em Mato Grosso corre risco de ser abalado por mais uma desfiliação de peso, na esteira das saídas de Luiz Antônio Pagot, ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e de Eder Moraes, ex-secretário de Estado da Copa de 2014.

Desta vez é a ex-diretora da Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados (Ager), Márcia Vandoni, que, depois de ter encerrado seu mandato à frente do órgão, admite estar repensando sua situação dentro da sigla. Cumprindo período de quarentena (seis meses sem atuar no setor dos serviços regulados pela Ager), Vandoni deve tomar uma decisão a respeito a partir do dia 3, quando retorna de uma viagem.

“A questão política vou avaliar com calma, ainda não tem nada resolvido. Quero repensar tudo porque houve um bombardeio muito grande do partido sendo que minha função não era bem ocupar um cargo, mas desempenhar uma causa pública”, declarou ao Olhar Direto nesta sexta-feira (27).

A ex-diretora argumenta que sofreu pressão sem precedente e um “bombardeio” por parte até mesmo do partido enquanto tentava instituir o novo sistema de transporte intermunicipal de passageiros. Alvo de decisões judiciais e objeto de críticas por parte da Assembléia Legislativa (AL), a tentativa de aplicar o projeto e submetê-lo a concorrência pública colocou Vandoni no foco desgastante das controvérsias.

“Vou avaliar se vou querer passar por isso outra vez”, desabafa a ex-presidente, que afirma ter sempre procurado atuar em caráter técnico – apesar de deter uma filiação partidária.

Conforme relata Vandoni, o imbróglio do novo sistema de transporte intermunicipal evidenciou interesses pouco republicanos dentro da sigla, como demonstrou o colega deputado Emanuel Pinheiro – principal crítico dos moldes em que a concorrência pública estava sendo preparada.

O principal argumento da ex-diretora, entretanto, é de que o partido não compreendeu que seu papel à frente da Ager – cuja substituição é objeto de ampla especulação dentro da sigla desde sua saída - não era de desempenhar a representação da sigla no governo, mas de tocar uma causa pública, em prol de uma população “que vem sofrendo amargamente” com as condições atuais do transporte.

“Eu, quando fui para a Ager, eu estava lá defendendo uma causa do povo, uma política pública. Não sei o que faltou para o partido neste entendimento. Eu não tenho nada contra o PR. Ele não pode ser responsabilizado por uma voz dissonante. Mas o partido que se propõe republicano não deve e não pode encarar os cargos como simplesmente cargos. Não podia tratar de outros interesses”, afirma, embora tenha a certeza de que deixou um legado no governo: um irreversível processo de mudança na organização do transporte intermunicipal.

Apesar do desabafo sobre o PR, Vandoni completa dizendo que, por enquanto, não vê possibilidade de se encaminhar a outra agremiação política. Ela, que já foi filiada ao PTB e ao PDT, limita-se a dizer que, caso tenha de se filiar novamente, só se encontrar uma sigla com mais visão estadista e menos imediatista.






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