Entre as vítimas estão Amanda Oliveira, Marllonn Amaral, Rosaflor Oliveira, Izadora Ribeiro e André Galão. Os cinco jovens saíram de São Mateus, no Norte do Espírito Santo, na noite de sexta-feira (20) com destino a Prado, na Bahia. Ficaram desaparecidos por quatro dias, até o carro onde eles estavam ser encontrado submerso no Rio Mucuri, na Bahia.
Segundo a PRF, o carro dos jovens ficou desgovernado em uma curva. O veículo passou direto, invadiu o matagal, caiu de uma ribanceira.
“Deveriam existir placas um pouco mais ostensivas para que chamasse a atenção do motorista para o perigo dessa curva. E além delas, deveria existir um dispositivo luminoso chamado de tachões para que o motorista, principalmente à noite, pudesse visualizar as curvas”, disse o inspetor da PRF, Liomário dos Santos.
O estilista André Galão, de 28 anos, era quem dirigia o carro. Ele tinha carteira de habilitação há cinco meses e nunca tinha passado por aquele trecho da estrada. “Vou dizer que meu filho não estava em alta velocidade? Eu não estava lá para ver, mas não creio. Mas realmente aquilo ali não oferece segurança a ninguém. Está muito ruim. É muito buraco. A sinalização é precária”, lamenta Maria da Glória Galão, mãe do jovem.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), informou que a velocidade máxima permitida na rodovia é de 80 km/h e que na região existem três placas de alerta, antes da curva.
Infraestrutura
A equipe do Fantástico percorreu aproximadamente 300 quilômetros da BR-101, com a Polícia Rodoviária Federal. Foi possível encontrar vários problemas no trecho entre Linhares, no Espírito Santo, e Prado, na Bahia. Placa de sinalização caída, algumas encobertas pelo mato e em muitos trechos, não há acostamento. Além de tudo, a pista é irregular e cheia de ondulações.
“Se você passar em alta velocidade, pode perder o controle da direção. O mau estado da rodovia somado à imprudência do condutor certamente vai resultar em acidente”, diz o policial.
Segundo o Dnit, um estudo está sendo realizado para apontar quais os serviços necessários para a revitalização da BR-101.
Imprudência
De acordo com a Polícia Rodoviária, a imprudência foi a causa de outro acidente grave ocorrido nesta semana, a cerca de 17 quilômetros de onde os cinco jovens morreram. Na quarta-feira (24), ao tentar fazer uma ultrapassagem, um carro bateu de frente em outro. Quatro rapazes, com idades entre 20 e 28 anos, que estavam no veículo que causou o acidente morreram. Nenhum deles tinha carteira de motorista.
Durante a gravação da reportagem, várias ultrapassagens em local proibido foram registradas. Os caminhoneiros são abordados e tentam explicar as situações. “O ser humano é fraco. Ele acha que dá e vai. Acaba errando. Porque a rodovia não está oferecendo condições pra nós. Ela devia ser duplicada ou ter bastante terceira faixa, mas não tem”, observa Ismael dos Santos.
Outro caminhoneiro, que fez duas ultrapassagens proibidas, também se defende. “Eu achei que não tinha mesmo carro e eu passei, mas não fiz com maldade, não”, diz José Palhares Neto. Mas, quando pensava que não estava mais sendo gravado, tentou subornar o policial. Ele ofereceu uma nota de R$ 50 ao policial e acabou preso por corrupção ativa.
Caminhoneiro procurado
Um outro motorista de caminhão, que ainda não foi identificado, está sendo procurado pela polícia. Ele é suspeito de provocar um acidente na BR-101. O homem matou três jovens, no trecho de Linhares, no Norte do Espírito Santo, no último dia 21.
Segundo as investigações, o carro onde estavam Bruno, Penha e Wellen foi fechado pelo caminhão e bateu numa carreta. Segundos depois, o caminhão que provocou o acidente passou por um posto de gasolina e foi embora, sem prestar socorro. “Para mim, o mundo acabou. Eu não sei nem como eu estou vivendo, não consigo dormir, não consigo comer”, conta o pai de Wellen, Jadir Barbosa.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, nos quatros meses deste ano, 201 pessoas se feriram e 33 morreram entre o norte do Espírito Santo e o sul da Bahia.
Jovens foram encontrados na terça-feira (24). (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
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