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Cidades
Terça - 12 de Novembro de 2013 às 08:18

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Responsável pela defesa de sua esposa, a jornalista e empresária do setor da comunicação, Édina Araújo, presa nesta segunda-feira (11) sob acusação de extorsão contra um empresário, o advogado Geraldo Luiz de Araújo defende a esposa e acusa o prefeito Walace Guimarães (PMDB) de ter armado um "falso flagrante" juntamente com o empresário José Henrique Carneiro Carvalho para “desmoralizar" Édina devido a linha editorial do VG Notícias, site de propriedade dela que faz matérias denunciando irregularidades na gestão do peemedebista. Tanto Walace e quanto a assessoria de imprensa da prefeitura de Várzea Grande não se posicionaram sobre a acusação até o momento.

Por outro lado, o Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor) divulgou nota esclarecendo que ainda não se pode afirmar, que tal crime tenha acontecido, nem que tenha sido armação, já que isso é responsabilidade da polícia e da justiça, após ampla investigação. Ressalta que a entidade é contra a prática de extorsão em qualquer nível, especialmente utilizando do jornalismo - ferramenta de defesa da sociedade, por meio da informação - para tal. Pontua que apesar de ser jornalista, a acusada Édina está na condição patronal, e não como trabalhadora da imprensa.

Edina Araújo foi presa em flagrante por volta das 14h e levada até a Central de Flagrantes da cidadade onde permanecia até às 19h30 sem ser ouvida. O marido e advogado ressaltou que não sabia o motivo da demora e continuava no local aguardando o delegado a chamar para tomar seu depoimento. Ele explicou que ainda não teve acesso ao inquérito com as denúncias do emrpresário José Henrique Carneiro Carvalho feitas contra sua esposa. Por isso não saberia dizer qual é o teor.

Em nota, a Polícia Civil disse que o empresário fez a denúncia nesta segunda-feira. E conforme o delegado Fábio Silveira, “os policiais da unidade montaram vigilância nas proximidades do escritório de uma empresa, em que a jornalista iria às 14h, para receber R$ 20 mil, para que a empreiteira não tivesse notícias negativas divulgadas na imprensa. Ao ser abordada, a jornalista foi flagrada com três cheques de R$ 6,5 mil, em sua bolsa”. Não deu mais detalhes sobre a acusação, ou seja, qual era a exigência e ameaças da acusada para “arrancar dinheiro” do empresário.

Em defesa de Édina, Geraldo Araújo garante que o flagrante e a prisão são armação do empresário e da prefeitura de Várzea Grande e elenca os motivos. Relata que no mês de outubro o site de notícias de Édina Araújo denunciou que 6 meses antes de vencer o pregão presencial 28/2013 – realizado em setembro de 2013 pela Prefeitura de Várzea Grande, a empresa Carneiro & Carvalho Construtora Ltda, de propriedade de José Henrique Carneiro Carvalho, mudou seu objeto contratual de venda de sapatos para Construtora.

A matéria, de fato, existe e foi publicada no dia 19 de outubro deste ano às 8h30. “A mudança foi para atender ao objeto contratual do certame milionário, o qual estava com valor estimado em R$ 10,5 milhões, que trata sobre “contratação de empresa do ramo da construção civil, para execução de readequação, manutenção e reforma, para atender a demanda corretiva dos prédios públicos de Várzea Grande”, diz trecho da publicação.

Sobre o fato de empresária e jornalista que já foi secretária municipal de Comunicação de Várzea Grande estar no local onde foi presa com os cheques, o advogado também apresenta sua justificativa. Explica que ele e a esposa têm negócios com o empresário Antônio Roni de Liz dono da Gráfica e Editora De Liz Ltda, localizada no bairro Cristo Rei, Ele é também dono de uma construtora, informa Geraldo. E por este motivo , segundo ele, a jornalistafoi até o local receber por serviços prestados a Roni. E quando saiu com os cheques o empresário José Henrique Carneiro Carvalho que a acusa já estava com policiais no local que prenderam Édina.

Ainda conforme Geraldo Araújo, é possível que Roni tenha negócios com Carneiro Carvalho e tenha repassado à sua esposa cheques de terceiros, mas ele garante que tudo será esclarecido.

Confira a nota do Sindjor

NOTA DE ESCLARECIMENTO - Prisão de jornalista acusada de extorsão

Mediante a prisão em flagrante, nesta tarde de segunda-feira (11), da jornalista e proprietária de um veículo de comunicação em Várzea Grande, Edina Araújo, acusada de extorsão, o Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso vem a público para:

1 – Pontuar que não se pode afirmar que tal crime tenha acontecido, nem que tenha sido armação, já que isso é responsabilidade da polícia e da justiça, após ampla investigação.

2 - Colocar-se terminantemente contra a prática de extorsão em qualquer nível, especialmente utilizando do jornalismo - ferramenta de defesa da sociedade, por meio da informação - para tal.

3 – Destacar que é contrário a qualquer ação que se utilize do jornalismo incorretamente, que fira o Código de Ética da categoria, que atente contra a correta informação, que coloque a lisura e a responsabilidade profissional abaixo de qualquer interesse, inclusive os econômicos.

4 – Ressalvar que, apesar de ser jornalista, a acusada está na condição patronal, e não como trabalhadora da imprensa. Nesse sentido, vale ressaltar que a luta para garantir que as empresas de comunicação ofereçam jornalismo ético é histórica e demanda de grande envolvimento da sociedade, a maior beneficiada pelo bom jornalismo.





Fonte: A Gazeta

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