Líderes reafirmam que PDT não indicou Brizola Neto para Trabalho
"É importante dizer que não é indicação nossa, mas que nós também não vetamos. Respeitamos a escolha da presidente", afirmou o líder do PDT no Senado, Acir Gurgacz (RO).
A indicação do parlamentar foi formalizada em reunião na manhã desta segunda-feira (30) entre Dilma, o presidente nacional do PDT, o ex-ministro Carlos Lupi, e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
O nome de Brizola Neto era o favorito da presidente, mas enfrentava resistências dentro da própria legenda. "É o ministro que ela queria. Dentro do partido posso dizer que não era a maior vontade. Mas a vontade da presidente prevalece. Ele é quem ela quer e confia para ser ministro", declarou o líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE).
Parlamentares do partido afirmaram que há insatisfação em relação à escolha do ministro pelo Palácio do Planalto sem consultar as principais lideranças pedetistas. Durante a crise que derrubou o então ministro do Trabalho, Carlos Lupi, alas do partido defendiam que o PDT não indicasse nenhum ministro e que se analisasse a relação da legenda com o Palácio do Planalto.
A escolha de um ministro sem ter sido discutida com a cúpula do PDT, segundo análise de alguns pedetistas, pode fazer com que essa discussão seja retomada. Lideranças pedetistas negam, no entanto, que membros do partido tenham cogitado deixar a base aliada.
Brizola é neto de Leonel Brizola, fundador do PDT e ex-governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul. Dilma militou com Leonel Brizola pela criação do partido e, entre o fim dos anos 1980 e dos anos 1990, atuou em gestões municipal e estadual do PDT no Rio Grande do Sul.
O Ministério do Trabalho está há cinco meses sob o comando de um ministro interino, Paulo Roberto Pinto. Ele assumiu depois da queda de Lupi, por denúncias de irregularidades na contratação de ONGs em ações da pasta. O PDT vinha reclamando nos últimos meses de que o ministério estava sem comando e paralisado.
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