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Internacional
Segunda - 30 de Abril de 2012 às 22:32

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A polícia argentina realizou, no último fim de semana, uma busca nas residências de três importantes repressores da última ditadura militar (1976-1983), entre eles na do general Jorge Rafael Videla.

A ação foi pedida pela juíza Alicia Vence, que investiga crimes de lesa humanidade cometidos durante o período, quando morreram 30 mil pessoas, de acordo com estimativas de organizações de direitos humanos.

Videla, 86, que está preso na penitenciária do Campo de Mayo, condenado à prisão perpétua, fez declarações inéditas sobre o período ao jornalista Ceferino Reato. O depoimento foi publicado no livro "Disposición Final" (Sudamericano), recém-lançado na Argentina.

Nele, o general admite pela primeira vez que há listas das pessoas que o regime assassinou. A busca, que tinha como objetivo encontra-las, reuniu documentos, fotos, fitas-cassete e diários. Segundo a polícia, as evidências se referem aos anos de 1979 em diante, mas não foram divulgados detalhes.

"Muitos colocaram em dúvida se deveríamos ou não entrevistar Videla, porque ele é considerado o demônio maior por aqui. Agora que um depoimento seu causou um fato judicial, todos concordam que alguém deveria tê-lo ouvido. Nunca um jornalista argentino tentou fazer isso", disse Reato à Folha.

Segundo o jornalista, Videla também revelou que há mais informações sobre o destino dos desaparecidos que o general vem escondendo da Justiça desde a época de seu primeiro julgamento, nos anos 80, e que agora começa a revelar.

"Videla tinha a esperança de uma mudança de governo. Se Cristina Kirchner saísse, ele poderia ser indultado. Agora que percebeu que esse governo vai durar, não tem mais nada a perder, e a tendência é que comece a contar o que sabe."






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