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Política
Quarta - 02 de Maio de 2012 às 12:44

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O presidente nacional e fundador do PRTB, Levy Fidelix, negou nesta quarta-feira que tenha negociado a venda de seu partido com integrantes do esquema liderado pelo bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que está preso em Brasília. Fidelix negou conhecer Cachoeira e o sargento da reserva Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, e classificou o episódio de "factoide".

"Temos um grande factoide no País. Jamais ocorreu (contato com Dadá). Dadá que conheço só o dos Trapalhões e cachoeira só Itaipu Binacional", disse ao confundir o nome de Dadá com os personagens Dedé (Dedé Santana) e Didi (Renato Aragão), do programa humorístico Os Trapalhões, veiculado entre as décadas de 1970 e 1990 na TV Globo. "Nunca houve contato, não há contato, não o conheço. Não posso pagar por algo que desconheço", destacou Fidelix.

Segundo reportagens veiculadas na terça-feira na imprensa, escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal (PF) revelaram a tentativa de Carlinhos Cachoeira de comprar o PRTB em Goiás. Nas ligações gravadas em maio de 2011, o bicheiro e Dadá falam de diversas legendas menores e citam o nome do presidente nacional do PRTB, Levy Fidelix.

Perguntado se o seu partido estaria à venda, Fidelix disse que a sigla é como se fosse um filho. "Sou fundador do PRTB. Ele é um filho meu. Não vendo meu filho. Você (jornalista) venderia um filho seu? É meu filho, meu sangue, minha carne, minha vida", argumentou Fidelix.

Para ele, o vazamento de informações sigilosas de operações da PF visam a atingir sua pré-candidatura à prefeitura de São Paulo. Fidelix disse que pretende conversar com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para cobrar explicações. "Já requeri uma audiência com o ministro para que eu possa ter uma conversa política, porque isso não é caso policial, mas político, e saber dele por que a Policia Federal vazou uma citação", afirmou.

Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.

Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.

Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.

O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir ouros políticos, agentes públicos e empresas.

Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.






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