.Alexandra teve um parto de risco, após exames clínicos diagnosticarem pré-eclâmpsia – um quadro grave que ocorre geralmente no fim da gravidez e é caracterizado por convulsões associadas à hipertensão arterial. Foram oito dias de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) até a recuperação. O pai, Thiago Fernandes Parreiras, acompanhou todo o drama, e também comemorou a saída da filha do hospital. "Eu nunca deixei de acreditar nela. Eu falava: "você vai coseguir, vai recuperar"".
Alexandra Terzis mostra a primeira roupinha que Carolina vai usar. (Foto: Alex Araújo/G1 MG)
Segundo a mãe, a equipe médica não descartou o risco de morte da criança, mas as esperanças da família sempre foram mantidas. “Cada dez gramas que ela [Carolina] engordava era como se ela tivesse ganhado um quilo. Era uma vitória que era comemorada e eu agradeci a Deus. A fé aumentava a cada dia”, disse.
A história de Carolina é rara na medicina, segundo o chefe do Centro de Terapia Intensiva (CTI) Pediátrico e Neonatal do Hospital Vila da Serra, Marcus Jannuzzi. "Casos de crianças que nascem com menos de 400 gramas e que sobrevivem é uma exceção, uma raridade. Estas crianças podem ter lesões cerebrais, problemas no canal arterial, infecções e problemas na retina. No mundo, há registros de 138 crianças que nasceram abaixo de 400 gramas", falou Jannuzzi.
"Carolina é a criança nascida no Brasil com menor peso [360 gramas]", disse Oswaldo Trindade, outro especialista que acompanhou a recuperação da criança. O médico é coordenador da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital.
Jannuzzi explicou que 60% das crianças que nascem abaixo de 500 gramas têm probabilidade de ter sequelas, como distúrbios cognitivos. Nos próximo meses, Carolina vai precisar passar por avaliações de um neuropediatra e de um fisioterapeuta, segundo o médico, que preferiu não dar detalhes sobre os tratamentos e manteve reserva sobre o risco de possíveis sequelas.
De acordo com a equipe médica, Carolina ficou internada todo este tempo porque precisava respirar com a ajuda de aparelhos, recebia nutrição por sonda e via venosa e, apesar de os órgãos estarem totalmente formados, eles não tinham condições de funcionar normalmente. Por enquanto, ela ainda vai usar aparelho para auxiliar na respiração.
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