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Cidades
Terça - 12 de Novembro de 2013 às 11:39

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Com uma estrutura de 400 m², a I Feira Nacional de Agricultura Tradicional Indígena abriga dez estandes para os cerca de 40 participantes indígenas das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, que vão comercializar, entre outros produtos, mel, farinha, milho, guaraná, feijão, banana e castanha. O evento é realizado na mesma estrutura que abriga o XII Jogos dos Povos Indígenas. Além disso, houve a inauguração do espaço que abrigará o I Encontro Nacional dos Agentes de Leitura Indígena, que também faz parte da programação dos Jogos.

 
 
Para o coordenador-geral de Políticas para Povos e Comunidades Tradicionais do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Edmilton Cerqueira, essa é uma oportunidade de apresentar a cultura indígena para a população local. “O Ministério já vem intensificando as ações voltadas para os povos e comunidades tradicionais e a primeira feira e o primeiro encontro é um momento onde poderemos demonstrar a ampliação dessas políticas do MDA para os indígenas”, comenta.

 
 
Um dos destaques da Feira é a troca de sementes tradicionais, que ocorrerá entre as etnias presentes, com o objetivo de criar e fortalecer a consciência pública sobre a cultura desse povo e da diversidade cultivada pelos povos indígenas. “Aconteceu que, com o tempo, sementes de uma etnia foram parar em outras etnias. E esse é o momento deles resgatarem as sementes próprias de sua aldeia”, resume Luiz Fernando Machado de Souza, coordenador de ações indígenas do MDA. “A demanda, tanto da Feira como da troca das sementes, partiu dos próprios indígenas. A ação vai dar uma visibilidade grande para eles”, completa.

 
 
Mais de 30 índios participarão do I Encontro Nacional dos Agentes de Leitura, no âmbito do Programa Arca das Letras, do MDA. A intenção é incluir as aldeias de todo o Brasil no mundo dos livros por meio de bibliotecas móveis, chamadas de arcas, e capacitar e formar agentes de leitura. Estarão presentes agentes que já realizam o trabalho em comunidades indígenas, para capacitar os novos voluntários. “Com isso, queremos resgatar, também, a língua indígena e transformá-la em escrita, para que não se perca”, destaca Luiz Fernando.

 
 
“Esse tipo de evento interfere de forma positiva na cultura indígena. Isso valoriza a tradição deles e faz com que conheçam, ao mesmo tempo, coisas que eles não têm, de outras etnias e de povos não indígenas”, enaltece o antropólogo da Associação Floresta Protegida, da aldeia Kayapó, localizada no Pará, Fernando Niemeyer. “Os índios Kayapó, por exemplo, gostam muito desse tipo de evento. E é positivo que eles conheçam outras culturas”, finaliza.
 






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