Morte de estudante também está sendo investigada pela Corregedoria da PM
Três policiais militares são presos suspeitos de morte de funkeiro
A Corregedoria da Polícia Militar prendeu, nesta quarta-feira (2), três policiais suspeitos de duas mortes na Baixada Santista. Uma das vítimas seria o cantor de funk Jadielson da Silva Almeida, de 27 anos, conhecido como MC Primo, morto no último dia 19. Além da morte do MC Primo, está sendo investigada a participação dos policiais no assassinato do estudante Caio Felipe Borges Figueroa, de 18 anos, ocorrida no dia 16 de abril.
De acordo com o major Levi Anastácio Félix, porta-voz da Corregedoria, a polícia investiga se os homicídios fazem parte de uma série de ataques realizados em abril após o assassinato do policial militar Luiz Gonzaga Siqueira, de 46 anos, no dia 10 do mês passado, na zona noroeste, em Santos.
— A partir desta data [morte do policial], ocorreram, naquela noite, três mortes. Isso nos chamou a atenção por ser uma área restrita do Estado [região de Santos]. A Corregedoria identificou que essas mortes poderiam ocorrer em solidariedade ao PM.
A Corregedoria trabalha com a hipótese de os crimes terem sido realizados por vingança e, também, por envolvimentos dos PMs com traficantes da região. Com base nos depoimentos de uma testemunha, os policiais teriam matado usuários de drogas devedores a mando de traficantes da região.
Suspeito de ter matado MC Primo, o soldado Anderson de Oliveira Freitas, 29 anos e há cinco na PM, foi apontado como amigo de traficantes por uma das testemunhas — o número total de pessoas ouvidas não foi divulgado.
Os outros policiais detidos sob suspeita de terem praticado o homicídio de Caio são o soldado Edvaldo Leôncio Paulino, de 43 anos e há 18 na corporação, e o cabo Gilberto Maciel, 47, e há 24 anos na PM. Todos os três fazem parte no 6°Batalhão da Polícia Militar em Santos e foram reconhecidos pela mesma testemunha.
No total, nove homicídios – contando com a morte do PM – são investigados. As investigações preliminares não apontam nenhuma ligação das vítimas com o narcotráfico.
Assassinatos
Caio Felipe Borges Figueroa foi morto na madrugada do dia 16, por volta das 3h50, após a chegada de um carro tipo Celta ocupado por duas pessoas. Segundo testemunhas, a dupla abordou um grupo, que estava em um local apontado como ponto de tráfico, e atirou na vítima.
Antes da chegada dos policiais, eles voltaram para atirar em mais uma pessoa, que conseguiu fugir. Perto da cena do crime, a perícia localizou um estojo de pistola calibre .40, com lote de numeração fornecido pela PM e distribuído em unidades da Baixada Santista.
Ainda de acordo com depoimento de testemunhas, o motorista deu o primeiro tiro no funkeiro. O homem que guiava a moto — apontado como sendo o soldado Anderson — teria dado o tiro que culminou na morte do cantor. Um comparsa que estava na garupa usava uma máscara do mágico Mr. M e ainda não foi identificado.
A série de ataques também é investigada pelo 5º Distrito Policial de Santos e pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) do Ministério Público de São Paulo.
Os três policiais suspeitos serão encaminhados para o presídio Romão Gomes ainda nesta quarta-feira.
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