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Internacional
Sexta - 04 de Maio de 2012 às 20:59

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Um dia antes de o presidente americano, Barack Obama, lançar oficialmente a sua campanha para a reeleição, o Escritório de Estatísticas do Trabalho confirmou que a recuperação do emprego --um tema central neste ano eleitoral-- continua aquém do esperado.

Nesta sexta-feira, as estatísticas indicaram que a economia americana criou 115 mil vagas em abril, cerca de 50 mil a menos do que os analistas estavam esperando.

Abril não somente repetiu como piorou a história de março, quando a abertura de 154 mil novas vagas (inicialmente anunciadas como 120 mil) também frustrou o governo, os analistas e o eleitorado.

Rápido no gatilho, o rival de Obama na campanha, o quase presidenciável republicano Mitt Romney, disse que os dados são "terríveis" e "decepcionantes", e que se for eleito fará a economia abrir 500 mil vagas mensais.

Mas a Casa Branca procurou ressaltar que "as estatísticas mensais de emprego e desemprego são voláteis e podem ser objeto de revisões substanciais".

"É importante não interpretar demais qualquer relatório mensal", disse em comunicado oficial o presidente do Conselho Econômico da Casa Branca, Alan Krueger, acrescentando que os números precisam ser vistos "no contexto de outros dados".

RAZÕES PARA QUEDA

Entre abril de 2011 e o mês passado, a taxa de desemprego caiu de 9% para 8,1% da população economicamente ativa. No entanto, a mais recente mudança se explicou em parte pela diminuição da força de trabalho, possivelmente porque muitos trabalhadores desistiram de procurar emprego.

A força de trabalho como fatia da população passou de 63,8% em março para 63,6% em abril. Um ano atrás, era de 64,2%.

Mesmo sem mencionar essa possibilidade, o temor da Casa Branca é que uma pequena mudança dos ventos inverta a trajetória da taxa de desemprego, o que em ano eleitoral poderia ter consequências sérias para a campanha.

Por ora, Obama, que lança sua campanha à reeleição oficialmente no sábado, pode dizer que já "zerou" a sua conta do emprego: quando ele assumiu, em janeiro de 2009, a taxa de desemprego era de 8,3% da população economicamente ativa.

Mas ele mesmo reconheceu, durante uma palestra para estudantes na Virgínia, que "ainda há muita gente sem emprego". Obama disse que vai apresentar ao Congresso algumas "ideias sensatas" para melhorar o mercado de trabalho.

PÚBLICO X PRIVADO

O governo tem ressaltado que o setor privado tem sido há mais de dois anos, sem parar, uma fonte de criação de empregos, tendo aberto 4,25 milhões de vagas em 26 meses.

Entretanto, a administração tem chamado menos atenção para o fato de mais de 607 mil vagas terem desaparecido do setor público desde o início do mandato de Obama.

A grande maioria desses cortes foi em nível local, seguido por estadual, e um terço foi no setor de educação.

Na semana passada, os dados de Produto Interno Bruto (PIB) já haviam mostrado que o corte de gastos nas instâncias menores de governo freou a expansão econômica, restrita a 2,2% no primeiro trimestre quando os analistas esperavam 2,5%.

Para alguns especialistas, a perda de empregos no setor público é preocupante porque grande parte do investimento público chega até seu destino através dos governos locais. Mas outros veem com bons olhos a redução do tamanho do governo e do gasto do público.

ELEIÇÕES

Em meio à recuperação truncada, é difícil avaliar a influência dos números do emprego na campanha para as eleições de novembro. Se a recuperação apenas modesta das vagas não dá um sopro à campanha de Obama, tampouco é evidente que beneficie a de Romney.

Romney tem procurado passar a mensagem de que Obama simplesmente não é o líder correto para reviver a economia americana.

Nesta sexta-feira, em uma carta aberta publicada no jornal Cleveland, de Ohio, ele voltou a dizer que seu passado no setor privado o qualifica para substituir Obama na Casa Branca.

"Reconheço, claro, como todos os americanos, que o senhor herdou uma crise econômica. Mas agora já teve três anos para mudar as coisas. O desempenho destes três anos é claro: suas políticas fracassaram", escreve Romney.

"Senhor presidente, me perdoe por ser direto, mas quando se trata de assuntos econômicos, o senhor não tem profundidade. Diferente do senhor, não sou um político de carreira. Passei mais de duas décadas trabalhando no setor privado, fundando empresas e reformando outras em falência."

Apesar do apelo, as pesquisas de opinião mostram que o público, se não acredita totalmente nos poderes de Obama para reviver a economia, tampouco estabeleceu "conexão" com Romney.

O calcanhar de Aquiles do republicano é o fato, amplamente reconhecido, de que sua tática preferida para reequilibrar os balanços das empresas era cortar gastos - principalmente de pessoal.

Romney alega que, embora as medidas tenham levado à perda imediata de empregos, no longo prazo incentivaram a economia e a criação de vagas. 






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