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Polícia
Sábado - 05 de Maio de 2012 às 20:37
Por: Kelly Martins

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Mayke Toscano/Hipernoticias
Jamerson Kestring na Delegacia Fazendária onde prestou depoimento sobre o esquema de desvio na conta única
Jamerson Kestring na Delegacia Fazendária onde prestou depoimento sobre o esquema de desvio na conta única

O juiz da Vara Especializada de Crime Organizado e Crimes contra a Administração Pública da Comarca de Cuiabá, José Arimatéia Neves, revogou a prisão temporária de um dos suspeitos preso na Operação Vespeiro, da Polícia Civil, deflagrada contra um esquema fraudulento que desviou cerca de R$ 18 milhões da Conta Única do estado nos anos de 2010 e 2011. Jamerson de Araújo Kestring estava preso na Penitenciária Central do Estado e conseguiu a liberdade na noite desta sexta-feira (4).

O suspeito, conforme as investigações, é tido como um dos “laranjas” que foi atraído para o esquema com promessas e que cedeu a conta bancária para os fraudadores. O advogado José Petan Toledo Pizza disse ao G1 que o seu cliente Jamerson de Araújo teria recebido em sua conta o valor de R$ 19 mil. O advogado informou ainda que Jamerson trabalha em uma empresa privada.

Esta é a primeira revogação de prisão concedida pela Justiça aos presos na operação, que foi deflagrada na quinta-feira (3), em Cuiabá, pela Delegacia Fazendária. Consta da decisão do juiz que “o rapaz foi apenas usado por alguém que se dizia seu amigo, cabendo a presunção de que se seu envolvimento fosse intenso certamente não teria sido tão fácil sua detenção”, consta trecho da decisão. Além disso, o magistrado ressaltou no despacho que, em depoimento, Jamerson demonstrou completa ignorância sobre a origem do dinheiro depositado em sua conta.

Ele explicou ainda que a prisão se deve com o único intuito de resguardar as buscas e apreensões cpara evitar a ocultação ou destruição de eventuais provas.

Quinze pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no esquema fraudulento e outras 23 tiveram prisões decretadas pela Justiça. Entre os presos temporariamente estão dois servidores da Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz), uma servidora da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) e 12 pessoas que tiveram as contas correntes “contratadas” pelos fraudadores.

Um levantamento feito pela Auditoria Geral do Estado (AGE), a pedido do governador Silval Barbosa (PMDB), apontou um desvio de R$ 12,9 milhões. O montante teria sido desviado por 32 suspeitos, entre eles servidores públicos. Mas os delegados da polícia já apontam que o desvio pode chegar a R$ 18 milhões.

As investigações revelaram ainda que um pedreiro e uma empregada doméstica também chegaram a receber juntos mais de R$ 2,3 milhões desviados. A delegada Cleibi Aparecida de Paula, explicou que eles não recebiam quase nada destes valores.

Os fraudadores chagaram a prometer para eles até residências que seriam obtidas por meio do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal. Para o governo do estado, os suspeitos relataram que os recursos foram desviados da Conta Única alegando que seriam repassados para pessoas que trabalharam no último concurso do estado. No entanto, a informação era falsa, conforme a polícia.

 






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