"Membros da AQIM, apoiados pelo (grupo islâmico armado) Ansar Dine, destruíram a tumba do santo Sidi (Mahmoud Ben) Amar. Eles atearam fogo à tumba", disse a fonte à AFP, sob a condição de ter sua identidade preservada, acrescentando que os vândalos prometeram destruir outros túmulos.
Timbuktu, declarado Patrimônio Mundial da Unesco e berço do aprendizado islâmico, está sob o controle da AQIM e do Ansar Dine desde que grupos se aproveitaram de um golpe realizado em 22 de março para tomar o controle do norte do Mali.
"Eles prometeram destruir outras tumbas. Timbuktu está em choque. Agora, eles querem tomar e controlar outras tumbas e manuscritos", informou a fonte. Um jornalista local confirmou que a tumba foi destruída. "Isto é muito sério", afirmou.
O governo de transição do Mali expressou revolta com a profanação, denominando-a de "ato indescritível", em um comunicado lido em rede de televisão nacional.
Além de suas mesquitas históricas, o sítio compreende 16 cemitérios e mausoléus, segundo o site da Unesco.
Estas tumbas são "elementos essenciais de um sistema religioso, uma vez que, segundo a crença popular, constituem uma trincheira que protege a cidade de todo infortúnio", informou a agência cultural da ONU.
Às vezes chamada de cidade dos 333 santos, Timbuktu também abriga 100 mil manuscritos antigos, alguns datados do século XII, preservados em casas de família e bibliotecas privadas, sob os cuidados de estudiosos religiosos.
Em seu auge, nos anos 1500, a cidade, um porto do rio Níger nos limites do Saara, 1 mil km ao norte de Bamako, foi uma interseção chave para comerciantes de sal vindos do norte e de ouro, procedentes do sul.
Também foi um renomado centro de estudos islâmicos, com manuscritos em árabe e fulani escritos por estudiosos do antigo império do Mali, cobrindo uma variedade de temas, como Islã, História, astronomia, música, botânica, genealogia e anatomia.
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