MP investiga contrato milionário do Governo de Mato Grosso com a Delta
O Ministério Público Federal está investigando a forma como se processou o negócio entre o Governo de Mato Grosso e a empresa Delta, no valor de R$ 20 milhões, referente a aluguel de carros. A CPI do Cachoeira também vai trabalhar nessa mesma linha de investigação, de forma a desvendar como a turma do bicheiro Carlinhos Cachoeira ajudou a construtora a obter contratos tais contratos milionários. Além de Mato Grosso, a Delta mantinha negócios parecidos em Goiás, Pará e Amazonas.
Para driblar a exigência legal de licitação, os governos estaduais aderiram a uma Ata de Registro de Preços da Secretaria da Fazenda de Goiás, obtida pela Delta em 2009. Em Mato Grosso, são três os contratos com a Delta para locação de carros, somando cerca de R$ 20 milhões. O Governo admite ter aderido à ata goiana, em vez de fazer uma licitação, por ser mais barato. Os carros eram alugados para atender a Polícia Militar.
De acordo com a Revista Época, mesmo com a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que revelou a parceria oculta entre Cachoeira e a Delta, pôs fim à farra. Em 9 de abril, quando Cachoeira já estava preso, o governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), reajustou em R$ 3,5 milhões o contrato de R$ 21 milhões. O Ministério Público abriu uma investigação para apurar a legalidade do contrato e se os preços cobrados estão corretos.
Três dias depois de a Delta ter sido beneficiada no Pará, outro governo tucano, o de Marconi Perillo em Goiás, também elevou o contrato entre a Delta e a polícia local. O pagamento anual, de R$ 37,5 milhões, passou para R$ 49 milhões. O contrato não só ficou mais caro, como foi prorrogado por mais um ano. O aval à legalidade do reajuste foi dado pelo então procurador-geral do Estado, Ronald Bicca, afastado depois de ser citado em conversas gravadas entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres. Perillo pediu auditoria sobre a contratação da Delta.
No Amazonas, a Delta liderou um consórcio que obteve com o governo Omar Aziz (PSD) quatro contratos de aluguel de carros. Dois deles, totalizando R$ 24 milhões, se utilizaram do precedente de Goiás.
Há uma disposição dos 32 titulares da Comissão Parlamentar de Inquérito de convocar os governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB); Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT); e Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), e ao empresário Fernando Cavendish, da Delta Construções. Segundo o jornal “O Estado de São Paulo”, a maioria disse ser favorável à convocação imediata do quarteto. O nome de Silval Barbosa não aparece entre os possíveis convocados.
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