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Segunda - 07 de Maio de 2012 às 14:21

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Um Projeto de Lei que obriga os restaurantes e bares a oferecerem 50% desconto para pessoas que tenham passado por algum tipo de cirurgia de estômago entra em segunda votação nesta segunda-feira (7), na Câmara dos Vereadores de Campinas (SP). A proposta é  de autoria do vereador Francisco Sellin (PMDB) e, de acordo com ele, a posição da Câmara deve se mostrar favorável na votação, mas, na cidade, o projeto divide opiniões.

Segundo o vereador, a proposta surgiu da vivência com pessoas que passaram por operações bariátricas, de redução do estômago. "Ela [a pessoa] não chega a comer metade, então não é justo que pague o preço total", afirma ele. Caso a lei seja aprovada, os estabelecimentos deverão oferecer desconto ou meia porção para os clientes que provarem através de carteirinha ou atestado médico que passaram pela cirurgia. Além disso, os restaurantes serão obrigados a colocar cartazes em lugares visíveis, informando os clientes sobre o novo direito. 

Alexandre Abraão Buselli, comerciante, fez a cirurgia há 5 anos, mas gostou da iniciativa. "Acho que seria uma boa medida", afirma ele, "Ajudaria bastante". O comerciante conta que muitos restaurantes se recusavam a dividir um prato único em dois, ou mesmo deixar que pedisse a meia-porção, desestimulando a sair com os amigos. "Depois da cirurgia a gente não tem a mesma capacidade, não dá para pedir um prato inteiro que sobra e sai mais caro", comenta, "Por isso comecei a frequentar só restaurantes que davam a opção de dividir".

O entusiasmo de Buselli não foi compartilhado por Antônio Pereira, proprietário do bar e restaurante Empório Villa Maria. Perguntado sobre o projeto, Pereira se mostrou contrário. "Seria interessante para esse paciente, para o restaurante certamente vai dar prejuízo", comenta. De acordo com ele, caso a lei seja aprovada, os restaurantes precisariam de um período de adaptação para reverem o tamanho das porções e calcularem os gastos. "Não dá para ser assim, num estalo", ressalta.

Já André Gustavo Magalhães profissional da área de marketing, foi mais categórico com sua desaprovação. "Fiz a cirurgia há 10 anos e em nenhum momento senti essa necessidade. Não tem porque a Câmara gastar tempo com isso, deviam pensar em saúde, em escola."

Redução de Estômago
Segundo um levantamento de dados realizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), entre 2003 e 2010 o número de cirurgias de redução de estômago aumentou 375%, passando de 16 mil operações para 60 mil, em todo o país. Em Campinas, o Hospital de Clínicas da Unicamp realiza uma média de 5 a 8 cirurgias por semana, além de receber 250 pacientes para as atividades de preparo que antecedem cada cirurgia de redução.

O gastrocirurgião Élinton Adami Chaim, do Departamento de Cirurgia Bariátrica do hospital, explica que existem dois tipos de cirurgia. "Com a cirurgia mais restritiva o estômago fica menor e a pessoa teoricamente ingere menor quantidade", conta, "Com uma cirurgia mais desabsortiva as pessoas podem comer de modo normal. O paciente que faz esse procedimento não vai comer tanto quanto comia antes, mas come igual uma pessoa não operada."

Para o médico, o tamanho das porções oferecidas não induz necessariamente o paciente a comer em excesso, nem mesmo a comer menos. "A gente oferece um preparo muito grande para essa pessoa, acompanhamento emocional, psicológico. A pessoa que quiser fazer a cirurgia vai participar de quatro a 11 semanas dessa reeducação, então, quando sair da cirurgia, vai estar preparada para comer normalmente".





Fonte: Do G1

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