Com um vestido branco muito ajustado e um considerável decote, Julia Orayen, que foi capa da "Playboy" mexicana em setembro de 2008, foi encarregada de dividir os turnos de um sorteio inicial no debate.
A participação da "coelhinha", que foi de apenas 30 segundos, acabou ganhando mais destaque nos jornais locais do que as duas horas do debate, que, por sinal, reunia os quatro principais candidatos presidenciais para o pleito do 1º de julho. A mulher é vista no início do debate, por volta de 3min20s (assista).
Julia também foi assunto de inúmeros programas de rádio, enquanto as autoridades eleitorais, encarregadas de organizar o debate, não souberam justificar o ousado figurino da ajudante.
"Foi pedido à produtora que não houvesse elementos de distração e que [a ajudante] tivesse um vestido sóbrio, condições que claramente não foram cumpridas", afirmou nesta segunda o conselheiro do Instituto Federal Eleitoral (IFE) Alfredo Figueroa.
"É exagerado supor que esse fato tenha sido elaborado de maneira proposital para causar um impacto dessa magnitude", acrescentou Figueroa em declarações à rádio MVS, que exaltou o fato da modelo ter sido escolhida pela produtora contratada pelo IFE somente uma hora antes da realização do debate.
A aparição da "coelhinha" se transformou em um assunto nacional e acabou forçando os candidatos do debate eleitoral a emitir opiniões em relação ao ocorrido.
"Me desconcertou um pouco. Mas, pôs pimenta e tirou solenidade do debate", afirmou o candidato do minoritário Partido Nova Aliança (Panal), Gabriel Quadri.
"Sou sincero, nunca tinha chegado perto de uma "playmate". Mas, realmente, é algo desconcertante", acrescentou Quadri.
Para a candidata do governante Partido Ação Nacional (PAN), Josefina Vázquez Mota, o figurino da ajudante "não estava de acordo com a seriedade e a importância do debate. Estávamos em um debate presidencial e não em outro tipo de espetáculo", apontou Josefina.
O candidato da coalizão esquerdista, Andrés Manuel López Obrador, preferiu não opinar, assim como o favorito nas pesquisas e candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI), Enrique Peña Nieto.
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