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Política
Terça - 08 de Maio de 2012 às 23:18

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O delegado da Polícia Federal Raul Alexandre Marques Sousa leu o depoimento prestado nesta terça (8) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura o envolvimento de políticos e empresários com o grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira, segundo relataram os senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

Por decisão da maioria dos membros da comissão, delegados da Polícia Federal e procuradores da República falarão em sessões secretas. Sousa foi o primeiro a depor à CPI. Ele é responsável pela Operação Vegas, precursora da Operação Monte Carlo, que levou à prisão de Cachoeira por exploração de jogo ilegal em Goiás.

Segundo o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), o delegado utilizou 18 dos 20 minutos que tinha para fazer explanações aos parlamentares. Segundo o senador, o depoimento do delegado não trouxe novidades. "Nada que já não tenha sido divulgado antes", disse.

A sessão de depoimento do delegado teve início por volta das 16h30 e, até o início da noite, não tinha terminado. Após a leitura do depoimento, 26 parlamentares se inscreveram para fazer perguntas. Enquanto o delegado respondia, alguns parlamentares deixaram a sala criticando o depoimento fechado.

"Fazer uma sessão secreta dá um tom de sigilo a um assunto que não é mais sigiloso. É ridículo", disse o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).

Os parlamentares decidiram pelo depoimento fechado do delegado depois de votarem um requerimento de autoria do deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF) e da senadora Kátia Abreu (PSD-TO), que pedia a sessão secreta para delegados e procuradores da República que ainda serão ouvidos.

O requerimento foi aprovado por 17 votos favoráveis e 11 contrários. Segundo Kátia Abreu, o objetivo foi evitar que investigados, que serão ouvidos posteriormente, saibam o que delegados e procuradores disseram à CPI.

Demóstenes
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), um dos primeiros a deixar a sala da CPI, afirmou que o depoimento do delegado "oficializou certezas" com relação à participação de parlamentares com a organização do bicheiro Carlinhos Cachoeira.

"Eu saio convicto de que não há dúvidas do envolvimento do senador Demóstenes na organização criminosa [...] O senador Demóstenes era um dos braços políticos da organização", declarou Rodrigues.

Nesta terça, o Conselho de Ética do Senado abriu processo disciplinar que poderá levar à cassação de Demóstenes em razão do vínculo do senador com Cachoeira.

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Fonte: Do G1

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