Confissão de Edson Rodrigo não "respinga" em Magda Curvo, sustenta defesa
A confissão do ex-servidor terceirizado da Secretaria de Fazenda (Sefaz) Edson Rodrigo a respeito do envolvimento em esquema de rombo à Conta Única do Estado não compromete a situação da coordenadora do controle da Conta Única do Estado, Magda Mara Curvo Muniz. É o que sustentou nesta quarta-feira (9) o advogado da servidora afastada, que está com mandado de prisão em aberto.
De acordo com Roger Fernandes, que ainda tenta acesso ao inquérito na Delegacia Fazendária (Defaz), Magda “não era nem chefe do setor dela, quanto mais chefe de organização criminosa”, como vem sendo apontado pela polícia com base nas investigações sobre o desvio de R$ 12,9 milhões da Conta Única do Estado pelo sistema BB PAG.
Magda é considerada o polo de articulação do sistema que, de 2007 a 2011, cometeu fraudes em pagamentos oriundos da Conta Única por meio do sistema online fornecido pelo Banco do Brasil. Ela seria responsável pela cooptação da maior parte dos “laranjas” que teriam seus nomes e contas bancárias utilizados para destinação dos recursos desviados dentro da Sefaz. Por sua vez, Edson informou à polícia que também cooptava pessoas – cerca de oito – e que enviava os devidos arquivos ao sistema para efetuar os pagamentos. Para cada um, ele recebia comissão de 20%, confessou.
O fato de Edson Rodrigo ter admitido sua participação no esquema, defendeu Fernandes, em nada influencia a situação de Magda perante a Justiça uma vez que todos do setor onde ela atuava tinham suas funções independentes e autônomas, de modo que a atuação de um servidor em determinado esquema não “respinga” na responsabilidade dela.
“Isso [a confissão de Edson] não diz respeito à Magda. Todos tem suas funções próprias e independentes. Ela tem a versão dela e tem a verdade dela”, argumentou o advogado.
Ele comentou ainda que manteve contato com Magda, em localização não informada, recentemente. Apesar da alegada convicção a respeito da boa fé em sua conduta como servidora, ela se mostrou apreensiva diante dos desdobramentos da operação Vespeiro, deflagrada pela polícia fazendária na manhã da última quinta-feira para cumprimento de mandados judiciais contra 28 pessoas investigadas pelo esquema do BB PAG.
Além de investigada pela Polícia Civil, a conduta de Magda está sendo apurada por comissão de sindicância interna da Corregedoria da Sefaz. O prazo para término dos trabalhos foi estendido em 30 dias esta semana, segundo divulgou o Diário Oficial do Estado (DOE).
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