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Economia
Sexta - 11 de Maio de 2012 às 15:07

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A busca para frear a linha ascendente da concentração das indústrias frigorificas nas mãos de poucos grupos e a linha descendente dos pequenos frigoríficos, ganha força no Brasil, principalmente nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que detêm os maiores rebanhos bovinos brasileiros. “Estamos em busca de explicação para saber por que alguns grupos foram abençoados com recursos públicos vindos do BNDES e outros não?”, pergunta o superintendente da Acrimat - Associação dos Criadores de Mato Grosso, Luciano Vacari.

Esse será um dos pontos discutidos no dia 14 de maio, no Tatersal de Elite 1 da Acrissul, em Campo Grande (MS), às 19h30, no evento Debate Pecuária X Concentração de frigoríficos. Um encontro organizado pelas Associações de Criadores dos Estados de Mato Grosso (Acrimat) e Mato Grosso do Sul (Acrissul). Vacari salienta que os pequenos frigoríficos não tiveram, e continuam não tendo, ajuda do crédito oficial para se manter “e o resultado disso é que o pequeno fecha por falta de crédito e o grande, que foi abençoado pelo BNDES, compra o pequeno e gera a famigerada concentração”.

Informações da Acrissul dão conta que a concentração da indústria frigorifica hoje é algo tão preocupante que somente 8 frigoríficos respondem por 29,4% de todo o abate no País. Em Mato Grosso do Sul três frigoríficos respondem dos 70% dos abates. “É preciso que saibamos nos posicionar em relação a este entrave que vem sendo desenhado pela concentração da indústria frigorífica. Se não agirmos unidos e com eficiência, poderemos nos tornar no futuro meros integrados, como já acontece na produção de suínos e aves”, compara Chico Maia, presidente da Acrissul. 

Em Mato Grosso a situação não é diferente e apenas um frigorífico é responsável por 50% da capacidade de abate do estado e em algumas regiões reina absoluto, com 100%. A partir de 2009 a quebra dos frigoríficos tomou corpo com a crise de credito mundial. Em Mato Grosso os frigoríficos Quatro Marcos, Arantes, Independência e Pantanal fecharam, o Frialto e o Mataboi entraram com pedido de recuperação judicial e o Guaporé arrendou suas unidades para o JBS. “Isso acarretou em um prejuízo enorme para os produtores que receberam calote de todos os lados, e hoje estão reféns dos abençoados, e até mesmo o grande provedor dos recursos públicos, o BNDES, imputou ao povo brasileiro, prejuízos através de sociedades firmadas com grupos frigoríficos”.  Vacari ainda pondera, que “se o BNDES pulverizasse esse crédito a situação seria bem diferente e o banco deve explicações sobre isso, não só aos produtores, mas à sociedade brasileira, que no final é a que paga a conta”.

Participam da reunião em Campo Grande, o presidente da Acrimat, José João Bernardes, e o vice-presidente, Jorge Pires e o superintendente, Luciano Vacari,  o presidente da Acrissul, Francisco Maia, da União Democrática Ruralista, comparece o presidente Luiz Antônio Nabhan Garcia, e do Pará estará o presidente da Associação dos Exportadores de Boi em Pé, Gil Oliveira Reis.  As bancadas federais de MT e MS foram convidadas e vários parlamentares dos dois Estados confirmaram a participação. O encontro será transmitido ao vivo pelo Novo Canal, emissora do SBA-Sistema Brasileiro do Agronegócio (www.sba1.com). 

(Com informações da Acrimat e Acrissul)

 






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