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Sexta - 11 de Maio de 2012 às 23:59

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“A cada foto que ele via dela com os amigos, ela sofria uma agressão”, detalhou uma das irmãs da jovem de 24 anos que foi mantida em cárcere privado por seu namorado, um bombeiro, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

A jovem foi salva na quinta-feira (10), depois que a família acionou a Polícia Militar. Já o bombeiro foi preso e está no Grupamento Especial Prisional do Corpo de Bombeiros, em São Cristovão, na Zona Norte. Ele será indiciado por estupro, cárcere privado, tortura, lesão corporal e constrangimento ilegal. Ele trabalha na Policlínica de São João de Meriti e ingressou na corporação em 1990 e, segundo o Corpo de Bombeiros, será submetido a um conselho que analisará os fatos e vai definir pela sua permanência ou exclusão da corporação.

Ciúmes teria motivado agressões
Em entrevista ao G1 nesta sexta-feira (11), uma das sete irmãs da vítima, que preferiu não se identificar, contou detalhes sobre os momentos de apreensão que a família viveu durante os 15 dias em que a jovem ficou presa na casa do namorado. O crime teria sido cometido por ciúmes de fotos postadas no Facebook ao lado de amigos.

Ela contou que, durante o período em que ficou na casa, a jovem ligava para a família. Mas a mãe e irmãs não sentiam firmeza quando ela dizia que estava bem. “Quando ela ligava, falava que estava bem. Mas a gente sabia que ela estava falando que estava bem porque ele estava do lado. A gente ouvia a voz dele”, disse. A família foi até a casa da vítima depois de receber uma ligação do trabalho dela.

A jovem só foi achada porque uma das irmãs sabia onde o bombeiro morava. A vítima foi encontrada vestida apenas com uma camiseta. “Foi horrível quando olhei ela falando com a gente atrás de uma grade. É horrível. Ela falando que não tinha como sair, que estava presa. Na mesma hora a gente chamou a polícia”, lembrou.

A irmã disse ainda que no início a jovem não queria que a polícia fosse chamada. "Ela dizia "pelo amor de Deus, não chama ele vai fazer alguma coisa com vocês, comigo". Ela pediu pelo amor de Deus para não chamarmos a polícia, mas a gente chamou porque ela estava num estado precário”, detalhou.

Agressões
Segundo a família da vítima, as agressões à jovem começaram muito antes. Entre idas e vindas, os dois estavam juntos havia quase 4 anos. A jovem, de acordo com familiares, chegou a morar com o bombeiro por 19 dias, mas o deixou por conta das agressões.

Segundo relato da vítima, o bombeiro aumentava o som do rádio toda vez que a agredia, e teria chegado a colocar uma bermuda em sua boca. O bombeiro também teria ameaçado a sua família.

Família defende bombeiro
Já a irmã do bombeiro acusado do crime, Naamare Correia, diz que a jovem estava na casa do irmão por vontade própria. Segundo ela, o irmão é uma boa pessoa e gosta de ajudar as pessoas.

“Se ela estava em cárcere privado, por que ela não gritava quando ele saía para trabalhar? Eu creio que essa história vai se desenrolar e a verdade vai aparecer. Ela não tem a dimensão de como o que ela falou é prejudicial. Ela não tem essa dimensão de que ele pode até ser expulso do Corpo de Bombeiros”, disse.

Naamare diz ainda que sabia que a jovem estava na casa do irmão. “Se ele estivesse mantendo alguém em cárcere privado, ele não contaria para ninguém, ele a esconderia em outro lugar e não na casa dele”, argumenta. Ainda segundo ela, a família jamais aprovaria qualquer tipo de violência.

“A família ficou surpresa (com a prisão). Se ele tivesse batido nela dessa maneira, a gente seria contra”, ressaltou.

Ela estava com medo, diz policial que fez o resgate
O tenente Alex Palagar participou da libertação da jovem. Segundo ele, uma câmera foi encontrada no local, com imagens salvas pelo próprio bombeiro.

“Ele mantinha relações sexuais forçadas com ela, a agredia constantemente, filmando e registrando isso numa máquina digital. A perícia foi no local e apreendeu o CPU (do computador) e a máquina”, contou Palagar.

De acordo com o policial, a jovem estava com medo. “Eu só pedia a ela que confiasse no trabalho da polícia. Fiz o contato com a Corregedoria dos bombeiros, relatando o fato e pedi que ele ficasse detido no quartel até que o delegado avaliasse o caso”, disse o PM.

Investigações
O caso foi registrado na 35ª DP (Campo Grande). De acordo com o delegado titular, Marcus Drucker, a polícia aguarda apenas o resultado da perícia e do laudo do exame de corpo de delito.

“O flagrante está quase concluído. Já foram ouvidas todas as pessoas, recolhidas as provas. O Dr. Renato (delegado que estava de plantão) entendeu que o depoimento da vítima era consistente”, disse Drucker.

Ele afirmou ainda que não há previsão de ouvir novas testemunhas. “Temos dez dias para encerrar o flagrante”, explicou.





Fonte: Do G1 RJ

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