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Polícia
Segunda - 14 de Maio de 2012 às 08:59
Por: LISLAINE DOS ANJOS

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A Polícia Civil tem invetsigado crimes cibernéticos, mas a ação das quadrilhas tem aumentado
A Polícia Civil tem invetsigado crimes cibernéticos, mas a ação das quadrilhas tem aumentado
A cada dia, aumentam os números de pessoas vítimas de crimes cometidos pela internet. Além do risco de se ter a privacidade exposta no mundo virtual, outro tipo de crime tem alertado a população para a necessidade de uma legislação específica para a punição dos chamados “cibercriminosos”: são os crimes motivados pela falta de segurança nas transações bancárias feitas via rede mundial de computadores.

Muitas pessoas utilizam a ferramenta disponibilizada pelos bancos com o nome de “internet banking” para evitar longas filas nas agências bancárias e nos terminais de autoatendimento, bem como para evitarem serem vítimas de roubos e furtos cada vez mais comuns nos grandes centros.

Segundo informações repassadas pelo Sindicato dos Bancários de Mato Grosso, em 2010, mais de US$100 bilhões foram roubados por meio de transações online e, no ano passado, o Banco Central informou que os bancos perderam, somente no 1º semestre, R$ 685 milhões, por meio de roubos cometidos pela internet.

Recentemente, uma matéria publicada pelo site Olhar Digital revelou que a nova arma usada pelos cibercriminosos é clonagem de layouts de grandes bancos e a hospedagem dessas páginas em domínios falsos, se aproveitando da distração do cliente no momento de digitar o endereço eletrônico. Com isso, eles conseguem ter acesso ao número da conta bancárias e da senha da vítima, antes mesmo que ela perceba que há algo de errado.
 

Reprodução/Olhar Digital

Domínio falso: na barra de endereço está digitado "www.bancidobrasil.com.br"

Tudo é feito de maneira a convencer a vítima de que ela está no domínio certo. O criminosos compram e registram um domínio de internet com um nome semelhante ao legítimo usado pelo banco, mudando apenas a posição de um ou duas letras.

Dessa forma, eles exploram o erro mais comum cometido pelas pessoas, que é o de inverter ou suprimir letras na hora de digitar o endereço eletrônico pretendido, principalmente em casos de letras localizadas próximas umas das outras no teclado. É o caso de se digitar www.bancidobrasil.com.br, por exemplo, e acreditar que está entrando no domínio correto.

Recentemente, um cibercriminoso brasileiro registrou, em poucos dias, mais de 80 domínios maliciosos usando o nome de apenas seis grandes bancos brasileiros: Banco do Brasil, Bradesco, Banco Rio Sul, Sicredi, Itaú e Santander – clique AQUI para conferir a lista completa.

Para tanto, ele utilizou os dados pessoais de uma outra pessoa, que possivelmente nem sabia que seu nome e CPF estavam sendo utilizados para esse fim. A vítima do golpe, acreditando estar na página correta, acabava cedendo ao criminoso as suas credenciais de acesso.

Apesar da lista de domínios falsos ser extensa, nem todos eles foram ativados e, aqueles que estavam em funcionamento, apresentavam erros de ortografia e pontuação nas páginas, bem como não apresentavam o cadeado de segurança que comprova que a concessão está sendo feita em uma página segura (HTTPS), recurso esperado nas páginas legítimas, já autenticadas.

Após denúncias feitas ao site "Registro.br", os domínios em funcionamento foram retirados do ar.

Realidade do Estado

Apesar de não Mato Grosso não ter um registro de quantas pessoas foram vítimas de crimes cometidos pela internet e que afetaram diretamente a sua conta bancária, o presidente do Sindicato dos Bancários, Arilson da Silva, afirmou ao MidiaNews que esse crime cada vez mais se torna uma realidade na região.

“Não há esse levantamento de crimes de internet banking que já ocorreram em MT, até porque as pessoas não tem o costume de registrar um boletim de ocorrência quando isso acontece. Muita gente não faz, mas deveria fazer”, orientou.

Segundo ele, a Polícia também precisa aprimorar a forma de registro desse tipo de crime, tornando mais fácil a realização de um levantamento estadual e acompanhamento dos casos na região.

“A polícia precisa aprimorar a forma de registrar esse tipo de crime no Boletim de Ocorrência, não apenas como simples roubo ou furto, para termos mais rapidez na hora de fazer um levantamento desses dados”, disse.

Segundo Arilson, não há nenhum sistema, mesmo bancário, de acesso 100% seguro e os cibercriminosos estão investindo alto nesse tipo de ação, uma vez que se tratam de crimes que dificultam a investigação da polícia e que, dificilmente, resultam na prisão do suspeito.

O presidente afirmou que, para coibir essa prática criminosa, os sindicatos estaduais estão solicitando ao Governo Federal e ao Congresso Nacional a realização de uma Conferência Nacional do Sistema Financeiro com a participação de todos, a fim de que seja discutida medidas de aumento da segurança bancária, tanto nos espaços físicos (agências e terminais de autoatendimento) quanto no espaço virtual (internet banking).

Para Arilson, falta investimento dos bancos em políticas educacionais, voltadas para a orientação dos clientes sobre segurança bancária em geral, com destaque para a importância de tomar precauções durante transações bancárias online. Ele destacou ainda que, em caso de roubos de qualquer espécie, “os bancos têm seguro, mas os clientes não, e acabam sendo lesados”.

“Eles apenas se limitam a divulgar quais os serviços que podem ser feitos por essa ferramenta (internet banking) e qual o link que as pessoas podem acessar, mas não há um processo educacional. Não basta distribuir folders, deve haver um debate com o cliente, propagandas na televisão explicando formas de golpes que apareceram e como evitá-los, painéis explicativos nas agências bancárias. Os bancos não fazem isso por medo de perder o cliente e de passar uma imagem negativa, prejudicando assim a procura pelos seus serviços no mercado”, disse.

Regras de segurança

Para garantir uma conexão segura, as pessoas precisam tomar algumas precauções básicas, que vão desde a instalação e utilização de um antivírus no computador até ao não armazenamento de dados pessoais no equipamento eletrônico, bem como desativar a opção de autopreenchimento das credenciais de acesso, como nomes, números de contas e senhas.

“As pessoas, no dia a dia, ainda não se familiarizaram com essa ferramenta do internet banking e não sabem a importância da segurança na internet. A pessoa, às vezes, não tem um antivírus instalado no seu computador, ou, quando manda limpar ou consertar, não o faz com alguém de confiança e deixa dados pessoais salvos no computador. Não há nenhum sistema 100%”, afirmou o presidente do SEEB-MT.

Segundo Arilson da Silva, os clientes devem seguir as seguintes regras, a fim de garantir a segurança da sua conta bancária:

- Ao notar algo estranho no site acessado, seja nas cores, no texto ou no layout em geral, procure se informar, junto ao seu banco, se foi feita alguma alteração nas regras de segurança e, caso encontre vestígios de que a página foi copiada, denuncie à instituição ou procure o gerente da sua agência;

- Verificar se o acesso é seguro. Normalmente, todos os sites de banco começam com “https”, que confirmam que a conexão é segura;

- Verifique se a página apresenta o desenho de um cadeado de segurança;

- Não envie informações pessoais ou acesse sites de instituições enviados por e-mail – os bancos informam, constantemente, que não enviam correspondências eletrônicas aos clientes;

- Na hora em que for utilizar o serviço de internet banking, digite pausadamente e verifique se o endereço do site do banco está correto. Além disso, nunca salve o endereço nos seus favoritos – ele também pode ser alterado e te direcionar para um site malicioso;

- Nunca salve os seus dados pessoais ou sua senha no computador e também não utilize o autopreenchimento dos campos;

-Nunca deixe a página da sua conta corrente aberta no portal do banco. Quando terminar de fazer a sua transação, saia de sua conta e feche a página do banco;

- Nunca acesse a página do banco ao mesmo tempo em que acessa páginas de redes sociais;

- Não procure a página do seu banco pelo Google – cibercriminosos podem alterar a ordem dos links patrocinados para fazer o domínio falso ficar no topo da pesquisa, levando o cliente para páginas falsas;

- Na dúvida sobre as transações via internet ou segurança do site, procure sua agência bancaria e converse com o gerente da sua conta.





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