O delegado Ronaldo Pinto Leite, do Grupo de Repressão a Narcóticos de Iporá, começa nesta segunda-feira (14) a montar um novo inquérito para investigar a chacina de Doverlândia, em que sete pessoas foram degoladas no dia 28 de abril deste ano. De acordo com ele, todo o inquérito original se perdeu no acidente com o helicóptero da Polícia Civil em Piranhas, na última terça-feira (8), quando sete policiais e o principal suspeito da chacina morreram ao voltar para Goiânia, após a reconstituição do crime.
“A gente vai procurar refazer ele [o inquérito] todo, mas pode ser que consigamos encontrar cópia de tudo o que tinha. Com certeza, as investigações ficam prejudicadas, até porque a equipe que estava investigando [a chacina] estava toda lá [no helicóptero]”, observa o delegado.
Morreram no acidente aéreo o superintendente da Polícia Judiciária de Goiás, o delegado Antônio Gonçalves Pereira dos Santos, os delegados Osvalmir Carrasco Melati Júnior e Bruno Rosa Carneiro - piloto e copiloto da aeronave, respectivamente; Jorge Moreira da Silva e Vinícius Batista da Silva, os peritos criminais Marcel de Paula Oliveira e Fabiano de Paula Silva, além do principal suspeito da chacina de Doverlândia, Aparecido de Souza Alves, 22 anos.
Investigação refeita
O delegado Ronaldo Pinto Leite afirma que a investigação será refeita, admite que haverá dificuldade para conduzir os trabalhos, mas que o inquérito terá sequência e será concluído. Ele vai ser auxiliado pelo delegado Regional de Iporá, Claiton Giovani Colodete.
Segundo Ronaldo, o primeiro desafio é conseguir montar o procedimento. Somente depois disso será possível fazer uma análise mais profunda das dificuldades a serem enfrentadas, inclusive a possibilidade de realização de uma nova reconstituição do crime. “Antes, será preciso analisar tudo o que tem lá [no inquérito] para ver se há alguma forma de se fazer [a reconstituição]”, diz.
Entre as providências a serem tomadas pela polícia, está um novo pedido à Justiça de quebra do sigilo telefônico de dois suspeitos de participarem da chacina, que são da cidade de Frutal, MG.
Queda
O helicóptero da Polícia Civil modelo Koala, prefixo PP-CGO, sofreu um acidente na tarde de terça-feira, a 35 quilômetros de Piranhas, no sudoeste de Goiás. A aeronave, que caiu cerca de 15 minutos depois de decolar, transportava para Goiânia sete policiais e o principal suspeito da chacina de Doverlândia. O grupo participava da segunda etapa da reconstituição das mortes das sete vítimas, que foram degoladas. Segundo a polícia, Aparecido de Souza Alves confessou a autoria dos crimes, embora tenha dado diversas versões diferentes sobre como o crime aconteceu, bem como da existência supostos coautores da matança.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) recolheu peças e documentos do helicóptero que caiu próximo ao município de Piranhas para dar início ao processo de investigação das possíveis causas que provocaram a queda da aeronave. A principal suspeita é de que tenha havido falha mecânica, pois, segundo testemunhas, o helicóptero começou a perder peças enquanto ainda estava no ar. Segundo a Agência Nacional de Aviação (Anac), a empresa responsável pela manutenção dos helicópteros da Secretaria de Segurança Pública estava suspensa desde o dia 2 de maio.
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