Eleição em Benghazi testa apoio à autonomia da região líbia

Benghazi foi o berço da revolta do ano passado que derrubou Muammar Gaddafi, mas também é o lar de um movimento que, frustrado com os novos governantes do país, quer transformar a Líbia em um estado federal com províncias autônomas.

Defensores da autonomia de Cyrenaica, província oriental que inclui Benghazi, iam à eleição para escolher o novo Conselho da cidade.

O auto-intitulado Congresso de Cyrenaica pediu por um boicote na primeira eleição nacional da Líbia, prevista para 19 de junho, afirmando que ela não resultará em uma representação justa para o leste, mas não pediram por um boicote nas eleições deste sábado.

"Os federalistas... têm problemas com a centralização e a assembleia nacional", afirmou Mahdi al-Bahloul, uma autoridade da comissão que organizou a votação. "Eles perceberam que as eleições de hoje são para o benefício de todos em Benghazi."

Mas se os candidatos que querem autonomia tiverem um bom desempenho, isso poderia mostrar que poderia ser positivo um movimento de autonomia na eleição de junho para a assembleia nacional.

"Nós queremos que mais pessoas entendam a ideia do federalismo e como isso beneficiaria a região leste e Benghazi", disse al-Seiti à Reuters. "Queremos uma Constituição que seja mais justa para o leste."

A tentativa de autonomia de Cyrenaica alarmou o Conselho de Transição da Líbia, que afirmou que isso poderia levar a uma dissolução do país.

Isso também tem perturbado os mercados de petróleo, visto que a maior parte dos campos de petróleo da Líbia estão no leste.

A eleição deste sábado é a primeira em Benghazi desde a década de 1960.