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Cidades
Quinta - 14 de Novembro de 2013 às 11:18

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Um bate papo entre alunos e professores do curso de gastronomia da Universidade de Cuiabá (Unic), além de profissionais que atuam no segmento de bares e restaurantes foi parte da programação do 18º Encontro Regional da Abrasel nesta quarta-feira (13.11). O talk show debateu a evolução da profissão de chef na cozinha e gastronomia.

O evento contou com a participação do professor e pesquisador de gastronomia brasileira, Elson Figueiredo, além do chef executivo do Restaurante Mahalo, Fernando Mack, da chef do Espaço Gourmet Nova Mesa, Luciana Leite e do empresário e proprietário do Edgare, Edgar Junior.
Em sua introdução, Elson ressaltou que a cultura de se apreciar o alimento vem de muito tempo atrás, quando os homens se sentavam em volta de fogueiras, esperando o cozimento do alimento.

Na visão do estudioso, os profissionais deste segmento aprendem no seio familiar muitas de suas técnicas. “Esse chef de cozinha tem o primeiro contato com a culinária dentro de casa. É lá que ele vai provar a cozinha da mãe, da avó, tão saborosa e memorável”, comentou.

Fernando Mack avaliou o mercado de chefs como positivo, mas que durante sua trajetória tem percebido algumas dificuldades, entre elas o esforço na contratação de um bom profissional. Ele explicou que existem profissionais qualificados, porém muitos não estão dispostos a enfrentar os desafios que a profissão exige.

“Uma coisa que costumo dizer é que precisamos primeiro ‘ser’ e depois ‘ter’. Estar dentro de uma cozinha com temperatura média de 50°, ter que lavar pilhas de pratos, cortar legumes, são experiências que nem todos desejam se submeter”, pontuou o chef.

A experiência de Edgar Junior foi ainda mais desafiadora. Ele contou que ainda cedo viu seus pais sem nenhuma formação abrirem um bar, mas somente o tempo e as dificuldades trouxeram conhecimento. “Anos depois de minha empresa ter prosperado, ainda trabalho na ‘linha de frente’. Eu limpo mesas, sirvo meus clientes, lavo até banheiro se for preciso”, disse Edgar.

A chef Luciana acredita que a profissão em debate ainda traz uma certa glamourização, e que muitas pessoas que querem seguir essa carreira conhecem muito pouco sobre o dia a dia de um chef de cozinha. “Quando comecei a cursar gastronomia fiz porque era um hobby e depois fui descobrindo que ser chef não é como nas revistas e na TV. O trabalho desse profissional é suado”, completou Luciana Leite.

O debate mostrou que muitos avanços foram percebidos ao longo do tempo. O crescimento do mercado de alimentação fora do lar e o reconhecimento da profissão de chef auxiliaram nessa empreitada.

“A grande pergunta que eu faço para meus alunos que estão se formando é ‘Você se encontra dentro da gastronomia?’. A técnica é essencial para esses estudantes, mas além disso eles precisam se descobrir dentro da profissão”, finalizou o professor Elson Figueiredo.
 






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