Não posso opinar na defesa, diz mulher de Cachoeira
A mulher de Carlos Augusto Ramos, Andressa Mendonça, acompanha a audiência do marido na reunião da CPI do Cachoeiro nesta terça-feira (22) ao lado de uma irmã do empresário.
Carlinhos Cachoeira se recusou a responder às perguntas dos deputados e senadores sobre seus negócios e seu suposto envolvimento com os governos do Distrito Federal e Goiás.
Perguntada sobre a decisão do seu marido de se manter em silêncio, Andressa respondeu: "Não posso opinar na defesa."
Sobre se responderia aos questionamentos se estivesse no lugar do marido, Andressa balançou a cabeça negativamente e sorriu.
Em entrevista à Folha, em abril, ela afirmou que o marido poderia dar um depoimento "bombástico" à CPI.
"Ele reflete muito. Como toda pessoa que está presa, longe dos seus, pensa uma coisa e, depois, pensa outra. Difícil saber o que vai acontecer. Ele não tomou uma decisão", afirmou na ocasião.
Embora discreta, a presença de Andressa na CPI chamou a atenção. Ela se sentou na mesma bancada dos parlamentares, enquanto o marido foi colocado numa mesa ao lado de onde estão os dirigentes da CPI. A mesa ao lado deve-se a condição de Cachoeira de preso.
Incomodados com as negativas de Cachoeira, os parlamentares proporam o encerramento da oitiva.
A senadora Kátia Abreu (PSC-TO) apresentou requerimento neste sentido. "Esta sessão está se tornando ridícula. Nós estamos fazemos um papel ridículo, estamos aqui perguntando para uma múmia, uma pessoa que não quer responder", afirmou ela.
O relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), defendeu uma nova convocação de Cachoeira para depois do depoimento dele à Justiça de Goiás, previsto para o dia 1º de junho.
"Estamos diante de uma organização criminosa que cooptou agentes públicos e privados e essa figura [de Cachoeira] aqui é central. Nos compete por outros instrumentos de investigação fazer com que a CPI siga", disse.
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