Membros da CPI pedem bloqueio de bens de Delta
Integrantes da CPI do Cachoeira ingressaram nesta quinta-feira com ação cautelar que pede o bloqueio dos bens da empresa Delta e a nomeação de um interventor judicial para a empresa na Justiça Federal do Distrito Federal.
Os senadores Pedro Taques (PDT-MT), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) decidiram recorrer à Justiça por considerarem que a CPI paralisou as investigações sobre a empresa.
"Estamos acompanhando na CPI um quase acordo para que membros do PT e do PSDB não sejam investigados. Eu não participo desse tipo de acordo", afirmou Taques.
A ação foi protocolada na 14ª. Vara Federal do DF. Se o pedido for acatado, Taques disse que o bloqueio das contas e a intervenção na empresa vai impedir que a Delta paralise as obras contratadas pelo governo federal --garantindo a manutenção de 30 mil empregos vinculados à empresa.
A Delta é a empresa que mais recebeu verbas do Orçamento do Executivo federal desde 2007.
"O objetivo é garantir patrimônio público, já que essa empresa é responsável por grande parte das obras do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]", afirmou Taques.
Segundo o senador, se o pedido for acatado ele também pode paralisar as negociações para a compra da Delta pela holding J&F, dona do frigorifico JBS.
Na ação, os três parlamentares pedem o bloqueio de alterações societárias da Delta na junta comercial do Rio de Janeiro.
Taques disse que a empresa só ficaria autorizada a negociar contratos já firmados com o governo, o que garante que eles sejam cumpridos, já que os valores recebidos pela empresa seriam depositados numa conta judicial.
PROCURADOR
Em discurso no plenário do Senado, Taques questionou o suposto pagamento ao ex-procurador da República Geraldo Brindeiro, que teria sido feito por um integrante da organização criminosa supostamente comandada pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
O senador ingressou com representação no Conselho Nacional do Ministério Público para apurar o caso.
Taques afirma que o escritório de advocacia do ex-procurador teria recebido R$ 161,2 mil feito por Geovani Pereira da Silva, que seria contador de Cachoeira.
"Não é razoável que membros do Ministério Público possam investigar organizações criminosas enquanto um ex-procurador geral da República recebe dinheiro dessa organização. É uma excrescência um ex-membro do Ministério Público poder advogar", afirmou Taques.
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