Rogério Amorim é apontado como mentor e mandante de assassinato da adolescente
Empresário quer "contar tudo" sobre a execução de Maiana
O empresário Rogério Amorim, 38, manifestou interesse em prestar um novo depoimento à Polícia Civil sobre o desaparecimento e morte da adolescente Maiana Mariano Vilela, 16.
Rogério era amante da menor e foi apontado pela Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa como mentor e mandante do assassinato.
Na tarde de sexta-feira (25), o empresário solicitou que a delegada responsável pelo caso, Anaíde de Barros, tome seu depoimento novamente. Ele disse aos investigadores que quer revelar mais detalhes do mistério que, durante cinco meses, intrigou a equipe da DHPP.
Inicialmente, Rogério disse que iria falar somente em juízo, mas acabou mudando de ideia e manifestou vontade em revelar tudo o que sabe.
Anaíde divulgou na tarde de sexta-feira, durante coletiva de imprensa, que o crime foi motivado por chantagem. Maiana estaria chantageando Rogério para conseguir um apartamento, que ele havia lhe prometido.
A delegada informou, por meio de assessoria de imprensa, que vai estar na delegacia na terça-feira (29), quando poderá tomar novo depoimento de Rogério.
Identificação do corpo
O laudo da arcada dentária de Maiana Vilela deverá estar pronto na terça-feira (29), segundo policiais da DHPP. O Instituto de Medicina Legal está fazendo um trabalho minucioso, incluindo o exame antropológico, que define o sexo e a idade do osso analisado.
O corpo da adolescente foi localizado enterrado numa cova rasa, na última sexta-feira, na região da Ponte de Ferro, na zona rural de Cuiabá. Por causa da umidade do local, o cadáver não estava em decomposição e se transformou numa espécie de massa.
Conforme os policiais, apesar das vestimentas e de o cadáver estar com aparelho dentário e também informações de familiares, ainda não são suficientes para a identificação completa.
“Desde que a família procurou a Polícia, após o desaparecimento da adolescente, foi deixada uma ficha da arcada dentária de menor. Então, encaminhamos essa ficha para o exame odontolegal”, informou a delegada Anaíde Barros.
Prisão dos suspeitos
Dos oito presos pelo assassinato da adolescente, já foram liberados na noite de sexta-feira. Trata-se Fernando Modesto Vale, Valquíria Caldas de Oliveira, Jovanildo Batista, marido de Valquíria, e o jovem Eduardo Conceição Amorim, de 18.
A delegada entendeu que eles não participaram da execução, mas sabiam do crime. A prisão temporária foi revogada após o depoimento deles que contribuiu para esclarecer o assassinato e também apontar os autores.
Continuam presos o empresário Rogério Silva Amorim, a esposa dele, Calisângela de Moraes, 36. Como executores, Paulo Ferreira Martins e Carlos Alexandre Nunes da Silva, que teriam recebido R$ 5 mil pelo crime, além da moto que Carlos ainda a revendeu. A delegada deverá solicitar, ao término dos 30 dias, a prisão preventiva dos quatro.
Caso Maiana
Maiana Vilela, 16, desapareceu no dia 21 de dezembro de 2011. Investigações mostram que a jovem foi vítima de um plano cruel para o seu assassinato, tramado pelo ex-namorado Rogério Amorim.
Segundo a Polícia, Rogério contratou Paulo Ferreira e Carlos Alexandre para executarem a menor.
Ele deu um cheque de R$ 500 para Maiana descontar no Banco Itaú, no CPA 1. Ela teria que levar R$ 400 desse dinheiro para pagar um caseiro, em uma chácara na região do bairro Altos da Glória.
Esse pagamento era parte do plano de Rogério para atrair Maiana para o seu algoz. A garota foi até a chácara, entregou o dinheiro para Paulo, que a matou em seguida, por asfixia. Ele teve a ajuda de Paulo Alexandre.
A dupla colocou a menor no banco traseiro de um automóvel Uno, de cor prata, que pertencia a Paulo. Eles levaram o corpo de Maiana até a empresa de Rogério, no bairro Três Barras, para que ele comprovasse a morte da ex-namorada.
Depois disso, o corpo da menina foi enterrado em uma área afastada na estrada da Ponte de Ferro, a cerca de 15 km de Cuiabá. O corpo de Maiana foi resgatado por policiais na manhã de sexta-feira, após terem prendido a quadrilha.
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