O comitê eleitoral do Egito declarou nesta segunda-feira que o segundo turno para a Presidência colocará um membro da Irmandade Muçulmana contra um ex-aliado do líder deposto Hosni Mubarak, mas um candidato perdedor rejeitou o resultado de uma eleição "desonesta".
A comissão confirmou que Mohamed Mursi, da Irmandade, e o ex-chefe da Força Aérea Ahmed Shafiq avançaram para o segundo turno da primeira eleição presidencial egípcia genuinamente contestada.
Mursi liderou o pleito com 24,3 por cento dos votos, seguido por Shafiq com 23,3 por cento. O comparecimento às urnas foi de 46 por cento.
Um segundo turno Mursi-Shafiq traz um dilema angustiante para muitos dos 50 milhões de eleitores do Egito que igualmente temem um governo islâmico ou um retorno a um sistema autoritário apoiado pelos militares.
Cerca de metade dos votos no primeiro turno foram para os candidatos em algum lugar no meio termo - desde o agitador de esquerda Hamdeen Sabahy, terceiro colocado com 20,4 por cento, até o moderado islâmico Abdel Moneim Abol Fotouh, com 17,2 por cento, e o ex-secretário-geral da Liga Árabe Amr Moussa, com 10,9 por cento.
Todos os três registraram reclamações, que foram rejeitadas pelos seis juízes que formam o comitê eleitoral.
As disputas aumentam o rancor em uma transição para a democracia já confusa e muitas vezes sangrenta desde que generais assumiram depois de Mubarak, quando uma revolta popular o forçou a sair do poder em 11 de fevereiro de 2011.
"Eu rejeito estes resultados e não os reconheço", disse Abol Fotouh, ex-membro da Irmandade, alegando que os votos foram comprados e os representantes dos candidatos não haviam tido acesso aos postos de votação durante a contagem.
"A consciência nacional não permite considerar estas eleições como honestas", afirmou ele.
(Por Shaimaa Fayed e Dina Zayed)
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