Dois deles são donos de imóveis de luxo; ex-servidora da Sefaz é acusada de desviar dinheiro
Filhos de Magda terão que explicar patrimônio milionário
Dois filhos da ex-coordenadora da Conta Única do Estado de Mato Grosso, Magda Mara Curvo, vão depor, nesta terça-feira (29), na Delegacia Fazendária. Eles foram intimados a explicar à delegada Cleibe Aparecida de Paula, que comanda as investigações da Operação Vespeiro, a origem de um patrimônio milionário atribuído aos dois.
Giuliano e Giovani Curvo Muniz foram apontados pela mãe, em depoimento na semana passada, como proprietários de casas localizadas em condomínios de alto padrão e avaliadas em R$ 1 milhão.
Segundo a Polícia Fazendária, são duas residências localizadas no Condomínio Belvedere, onde moram Magda e seu filho Giovani, e a casa de sua filha Gianne, no bairro Jardim Itália, além da residência de Giuliano, localizada na cidade de Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá).
O engenheiro florestal Giuliano Muniz mora em Sinop, e possui uma empresa do ramo atividade florestal. A mãe disse que ele é responsável por pagar todas as despesas da casa onde ela vive, no condomínio fechado Belvedere, bem como os honorários do advogado que a defende.
Giuliano foi preso pela Polícia Federal, durante a Operação Jurupari, em 2010. Ele foi posto em liberdade pela Justiça, mas responde pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa/passiva, furto, grilagem de terras, falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistema de informática, além de diversos crimes previstos na Lei de Crimes Ambientais.
Já Giovani Muniz é proprietário da empresa Yrix Comunicação Multivisual, onde emprega a irmã Gianne Muniz, como analista de sistemas. Gianne também é proprietária de uma casa de alto padrão, localizada no bairro Jardim Itália, segundo levantamento da Defaz.
Operação Vespeiro
Magda Curvo Muniz foi presa no contexto da Operação Vespeiro, executada pela Polícia Judiciária Civil, com base em denúncias de desvio de recursos do sistema Conta Única, na Secretaria de Fazenda de Mato Grosso.
A ex-servidora, que coordenava o sistema, é apontada pela Polícia como a líder do esquema, com a utilização de "laranjas " - entre os quais, membros da própria família - para desviar dinheiro público.
A delegada Cleibe Aparecida, em mais de uma oportunidade, afirmou que as evidências são de que Magda liderou a quadrilha. A ex-servidora negou em depoimento. No sábado à tarde, ela foi posta em liberdade, a pedido do seu advogado.
Todos os servidores acusados de envolvimento na fraude já foram afastados dos cargos. Dos 38 mandados de prisão expedidos pela Justiça, 15 foram cumpridos durante a operação.
Relatório da Auditoria Geral do Estado (AGE) aponta que, desde 2007, cada um dos envolvidos recebia, em média, R$ 9 mil por mês, desde 2007. A Delegacia Fazendária estima que o desvio dos cofres públicos pode chegar a R$ 18 milhões.
Os acusados responderão pelos crimes de formação de quadrilha, crimes contra administração pública, falsidade ideológica e peculato.
Comentários