Novo diesel está caro e tem pouca demanda, diz Fecombustíveis
A Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes) tem visto problemas na entrada no mercado do chamado diesel S-50, que polui menos o ambiente e obedece a nova legislação ambiental, que passou a vigorar neste ano.
Apesar de estar disponível em três mil postos credenciados no país, conforme planejado pela iniciativa privada em parceria com o governo, o litro do novo combustível ainda é, em média, R$ 0,12 mais caro que o diesel comum, o S1800.
Além disso, segundo a federação, houve uma corrida às concessionárias por parte dos consumidores, no final do ano passado, para aquisição de caminhões cujos motores ainda não foram adaptados à nova legislação ambiental.
Os novos caminhões produzidos a partir de 2012 não poderão mais usar o diesel comum. Isso, na prática, conduziu a um aumento na frota de caminhões que podem utilizar o diesel antigo; e desestimulou futuras vendas de caminhões com motores já adaptados às novas regras --e que não podem mais ser abastecidos pelo diesel antigo.
Durante lançamento do Relatório Anual da Revenda de Combustíveis de 2012, o presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda Soares, informou que o S-50 está "encalhando" nos postos.
Visto que o combustível só pode ser armazenado por no máximo 90 dias, as revendedoras têm derrubado preços para "desovar" o produto em um período de 30 dias.
Também presente no evento, o diretor da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), Allan Kardec, afirmou que "não há impasse" entre governo e pontos de venda de combustível.
Ele destacou que é uma mudança de grandes proporções, que vai alterar o cenário do setor no país. Por isso, já era esperado um período de consolidação, onde os problemas enfrentados na fase inicial seriam ajustados e acomodados pelo mercado.
Kardec também considerou que os mesmos problemas enfrentados pelo mercado brasileiro foram registrados em diferentes mercados europeus, cuja legislação está mais adiantada em termos de oferecimento de diesel menos poluente ao ambiente. O diretor, porém, preferiu não comentar sobre preço.
"A ANP não regula preço", justificou.
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