Ruth afirma que o que mais a preocupava era seu filho de 11 anos
Foto: Daily Mail/Reprodução
A britânica Ruth McDonagh, 47 anos, ouviu de um médico que teria 18 meses de vida devido a um câncer no intestino que tinha ficado tão grande que seria quase impossível operá-lo. Contudo, a mulher decidiu se submeter a uma cirurgia - inédita no Reino Unido - na cidade de Leeds, mas que a deixaria paraplégica. Contra todas as previsões, ela melhorou e conseguiu manter o movimento das pernas. As informações são do jornal Daily Mail.
Os problemas de Ruth começaram em 2008, quando ela notou que havia sangue em suas fezes. A britânica passou por 13 médicos, e nenhum deu um diagnóstico preciso para ela - eles indicaram que seria desde uma síndrome de irritação estomacal até uma inflamação. As dores chegaram a um ponto em que ela mal conseguia caminhar.
Quando ficou tão doente que tinha dificuldade em comer, um especialista chegou a descrevê-la como "neurótica". A maioria descartou o tipo de tumor que realmente a atingiu por acha-la jovem demais. O câncer cresceu por dois anos até um diagnóstico preciso ser dado.
O tumor já tinha 8 cm e atingia o cóccix, a ponta da coluna vertebral, o que impediria sua remoção. A opção era pagar 100 mil libras (R$ 311 mil) para se submeter uma nova cirurgia nos Estados Unidos, mas que certamente a deixaria paralisada da cintura para baixo. Sem a operação, os médicos previam que ela resistiria por no máximo 18 meses.
"Eu não me importava com o que acontecesse comigo, eu só queria estar próxima do meu filho. Eu não estava nem irritada, eu estava mais preocupada sobre como Brandon se sentiria do que qualquer hoje", diz Ruth, que tem um filho de 11 anos.
A mulher conta que não encontrava ninguém no Reino Unido que conhecesse a técnica. Segundo a reportagem, apenas 50 dessas cirurgias são realizadas por ano em todo o mundo. Ela já começava a juntar dinheiro com todas as pessoas que conhecia para fazer a viagem.
Foram meses tentando conseguir dinheiro, até que Ruth recebeu a ligação que tanto esperava: o cirurgião Peter Giannoudis e o neurocirurgião Jake Timothy aceitaram operá-la pelo sistema público de saúde britânico. Com a ajuda de um terceiro especialista do hospital de Leeds, eles realizaram o procedimento que durou 13 horas.
A cirurgia é complica. Envolve, por exemplo, retirar o osso sacro, parte do intestino, útero - depois colocar tudo de volta - e reparar os rins. Foi no dia 12 de março deste ano que Ruth acordou após mais de meio dia de operação. "Eu estava exultante. Eu conseguia mexer meus dedos e sentir minhas pernas", diz a britânica.
Os médicos disseram que o procedimento foi ainda melhor do que previsto. O tumor foi totalmente retirado e ela podia sentir as pernas. A paciente passou mais duas semanas no hospital e voltou para sua cidade - Enfield - onde agora aos poucos reaprende a caminhar - por enquanto, com o auxílio de muletas.
Comentários