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Cidades
Quarta - 30 de Maio de 2012 às 17:09
Por: Renê Dióz

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A delegada Cleibe Aparecida de Paula iniciou na tarde desta quarta-feira (30) o interrogatório de mais duas pessoas investigadas pela Delegacia Fazendária no esquema de desvio de recursos da Conta Única do Estado.

Elisabeth Alves da Guia e Marina Spalatti são apontadas como beneficiárias do rombo calculado em mais de R$ 12,9 milhões ao erário. Também aguarda para ser interrogado neste momento Gustavo Ferreira Gomes, irmão de Edson Rodrigo Ferreira Gomes – cooptador confesso do esquema.

Os três que depõem hoje tiveram as contas bancárias movimentadas pelos articuladores do suposto desvio de verba desarticulado durante a Operação Vespeiro, deflagrada pela Polícia Civil no início deste mês.

O advogado de defesa de Elisabeth e Marina, Antônio Luiz de Deus, adiantou que ambas apenas foram cooptadas por Edson Rodrigo – ex-servidor terceirizado da Conta Única – assim como vários outros apontados pela Defaz como beneficiários ou laranjas do esquema, que tiveram suas contas usadas para movimentar recursos desviados.

Antônio afirmou ainda que as duas teriam relação de amizade com Edson Rodrigo e teriam fornecido suas contas de boa fé.
Já o advogado de defesa de Gustavo, Eustáquio de Noronha Neto, alegou que seu cliente teve a conta movimentada apenas uma vez e com uma pequena quantia, pouco menos de R$ 10 mil.

A investigação revelou que servidores da Sefaz, articuladores do esquema, cooptavam pessoas próximas e familiares para que elas fornecessem os nomes para a abertura de contas bancárias em que os recursos desviados seriam movimentados. Ou seja, a maioria dos supostos beneficiários era meramente usada para viabilizar o esquema e quase nada sabia a respeito.

A polícia chegou a identificar a movimentação de mais de R$ 2 milhões entre 2007 e 2011 em conta bancária de Paulino Silva da Cunha, preso na manhã de quinta-feira (03) e que se apresentou como pedreiro. Paulino disse que ele e a esposa, Márcia da Silva Santos, foram cooptados para o esquema.

Muitas dessas pessoas cooptadas eram enganadas com a promessa de que seriam contempladas com uma casa própria, por meio do Programa Minha Casa Minha Vida. Três empregadas domésticas ouvidas informaram que recebiam quantias irrisórias para manter o esquema em funcionamento. Alguns laranjas eram corrompidos com calça jeans ou até mesmo botijão de gás de cozinha, segundo a polícia.

Era por meio dos laranjas que os servidores e pessoas próximas, especialmente seus parentes, conseguiam se beneficiar dos recursos públicos subtraídos da Conta Única. Os principais cooptadores de laranjas eram o servidor terceirizado Edson Rodrigo Ferreira Gomes e Magda Mara Curvo Diniz, coordenadora do controle da Conta Única do Estado.
 






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