Tratamento invasivo foi suspenso na quarta-feira e cérebro parou de funcionar, diz jornal
Bebê argentina resgatada de necrotério sofre morte cerebral
Luz Milagro, a bebê argentina que nasceu em 3 de abril passado na província do Chaco e durante suas primeiras 12 horas de vida foi dada como morta, teve morte cerebral nesta quinta-feira, asseguraram médicos da equipe de Neurologia do Hospital Italiano ao jornal “La Nación”. Na quarta-feira, toda a medicação havia sido interrompida. Com apenas 10% de seu cérebro funcionando, a equipe médica do Italiano optou por evitar que a bebê continue sofrendo.
Apesar do prognóstico pessimista, Analía, mãe do bebê, mantém a esperança de que sua filha seja salva: “Sabemos que não existe nada impossível. Há dois meses íamos enterrá-la. Os médicos não lhe dão nenhuma expectativa, tiraram todos os medicamentos para não a machucarem ainda mais. Mas ela se mantém com vida porque seu coraçãozinho ainda funciona bem”, disse nesta quinta-feira, na porta do hospital onde Luz segue internada.
Esta semana, a bebê foi trasladada de avião para Buenos Aires, onde está internada em um dos melhores hospitais da capital argentina. Segundo informações publicadas pela imprensa local, os médicos decidiram suspender o tratamento invasivo que estava sendo realizado e manter apenas os medicamentos e assistência respiratória.
— Os médicos decidiram não invadir mais seu corpo, agora ela só recebe tratamentos paliativos — contou Analia Boutet, mãe de Luz Milagro.
A história desta família argentina foi notícia em abril passado, quando Analia pediu para despedir-se de sua filha, cujo corpo estava num pequeno caixão guardado numa geladeira, e descobriu que Luz Milagro estava viva. A bebê nascera com seis meses de gestação e após o parto os médicos do Chaco a deram como morta. O milagre provocou comoção no país.
— Os médicos nos dizem que ela não será uma menina completa, mas nós continuamos acreditando em Deus e na recuperação de nossa filha — disse Analia.
Luz Milagro nasceu com 840 gramas e hoje pesa 1,2 kg. Desde que nasceu, a bebê já sofreu uma parada cardiorespiratória e várias complicações, que foram deteriorando seu estado geral de saúde. No Chaco, cinco médicos que participaram do parto estão sendo investigados. Quando a bebê nasceu, o diretor do hospital provincial, José Luis Merino, assegurara que Luz Milagro “não apresentou signos vitais aparentes”. Após a descoberta de que a bebê estava viva, Merino admitiu que “sobre o que aconteceu depois não temos uma explicação exata”.
— Neste momento, o mais precisamos são orações — afirmou o pai da bebê, Fabián Verón.
Segundo ele, "Luz Milagro voltou da morte e também vai superar este desafio"
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