Ele foi fotografado nu, com um homem na cama, após encontro com casal em Brasília
"Pedi perdão a Deus e me converti", diz prefeito de MT

No centro de uma polêmica que envolve extorsão, ameaças, fotos íntimas com outro homem e um possível golpe conhecido por "Boa noite, Cinderela", o prefeito João Roberto Ferlin (PT), de São José dos Quatro Marcos (315 km a Oeste de Cuiabá), afirmou, em entrevista ao MidiaNews, que se arrependeu de sua “falha de conduta”, pediu perdão a Deus e à família, e se converteu à religião evangélica. 

“Reconheço o meu erro, já dei uma coletiva de imprensa em minha cidade, para explicar o que ocorreu. Pedi e ganhei o perdão de Deus e da minha família e estou fazendo um trabalho espiritual. Me converti, estou frequentando a igreja evangélica. Agora, temos que aguardar o trabalho da Polícia”, afirmou o prefeito.

Segundo Ferlin, o "batismo" oficial aconteceu no início do mês de maio passado, após o incidente, que ocorreu em abril, durante uma viagem à Brasília.

O prefeito contou que fez contato com um casal, por meio de um chat na internet, saiu para conhecê-lo e, no decorrer do encontro, em um bar, disse que acabou sendo dopado, com uma substância colocada em sua bebida.
 

Segundo ele, o casal, com o apoio de uma outra mulher, teria se aproveitado do fato de ele estar desacordado para montar uma cena de suposta prática homossexual, e fizeram o registro por meio de câmera fotográfica.

Segundo a Polícia Civil, Ferlin  aparece deitado em uma cama, com um homem de cuecas o abraçando por trás.

As fotos foram usadas para extorqui-lo. Um casal foi preso em Cuiabá e a outra mulher está sendo procurada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso.

"Desfalecido"

“Essa foto é uma armação. Quem a viu, percebe que estou inerte, desfalecido, com os olhos fechados. Na verdade, eu estava dopado”, disse o prefeito.

Ferlin também negou que tenha saído com alguma garota de programa, como informou a polícia ao MidiaNews. “Eu não saí com nenhuma garota de programa. Apenas conheci uma moça e um rapaz, por meio de um chat da internet e, por inocência, fui  encontrá-los, tomamos uns drinques e acabei dopado”, afirmou.

A extorsão começou dias depois do encontro, do qual Ferlin não quis revelar mais detalhes, como local, dia e horário.
 

Ele também não informou como foi parar na cama e onde as fotos foram tiradas.

Investigação policial

O caso que envolve a extorsão ao prefeito João Roberto Ferlin está sendo coordenado pelo delegado Giamarco Paccola Capoani, da GCCO.

Na sexta-feira (1º), foram presos Eurípedes Dias dos Santos e Patrícia Marques Magalhães, no Hotel Alvorada, na Rua General Vale, em Cuiabá.
 

Eles exigiam dinheiro e teriam dito que essa seria a última parcela para o resgate das fotos íntimas.

A Polícia já estava ciente da chantagem e, então, passou, a monitorar o casal.

No hotel, o prefeito entregou R$ 500,00 à Patrícia e ainda foi obrigado a pagar a conta.

Minutos depois, os investigadores abordaram a mulher e encontraram o dinheiro, cujas cédulas estavam marcadas e serviram de prova do pagamento feito por Ferlin.

O casal foi autuado em flagrante por crime de extorsão qualificada, tipificado no artigo 158 do Código Penal, com pena de reclusão mínima de oito anos.

Euripedes foi encaminhado ao Centro de Ressocialização de Cuiabá (antigo Carumbé) e Patrícia, ao Presídio Feminino Ana Maria do Couto.

A GCCO está à procura da outra mulher envolvida na extorsão. Ela seria uma garota de programa e mora em Brasília.