Assassino de executivo pode ter problemas psiquiátricos, diz advogado
O advogado da família do executivo Marcos Kitano Matsunaga, 42, que foi morto e teve o corpo esquartejado, afirmou que o modo utilizado para desovar o corpo sugere que o assassino possuía problemas psiquiátricos.
Luiz Flávio Borges D"Urso afirmou ser "muito estranho" o fato de os pedaços terem sido despejados aos poucos, todos no mesmo local, "de maneira a serem encontrados" progressivamente pela polícia.
"A literatura do comportamento criminoso dá conta de que as perturbações, as anomalias mentais, levam o indivíduo criminoso a disputar com aquele que tenta descobrir sua identidade", afirmou.
O empresário havia desaparecido no dia 20 de maio. No dia seguinte, um GCM (Guarda Civil Metropolitano) encontrou o primeiro pedaço de corpo, segundo D"Urso. A última parte a ser encontrada foi a cabeça, que permitiu que o reconhecimento da vítima fosse feito pelo seu irmão, no dia 28.
"É como se fosse, para o criminoso, um jogo de esconde-esconde, de gato e rato", afirmou o advogado. Todas as partes do corpo foram despejadas ao lado de uma estrada, em Cotia (Grande São Paulo), no raio de 1 km.
Elise Ramos Kitano Matsunaga, 38, que era casada com Marcos, é a principal suspeita do crime. À polícia, ela negou ter matado o marido. A Folha não conseguiu localizar o advogado de Elise até o fechamento desta matéria.
O CRIME
A polícia analisou imagens de câmeras de segurança do prédio. No sábado (19), o casal, a babá e a filha do casal, de um ano, chegam ao apartamento por volta das 18h30. A babá é dispensada e vai embora logo em seguida.
Cerca de uma hora depois, Marcos desce até a portaria para pegar uma pizza. Ele estava com a mesma roupa --uma camisa marrom-- encontrada pela polícia nos locais onde pedaços de seu corpo foram deixados.
Às 5h de domingo (20), a babá chega ao apartamento --ao qual ela possui acesso limitado, não podendo circular por todos os cômodos. Por volta das 11h30, Elise desce até a garagem, pelo elevador de serviço, com três malas.
Às 23h50, ela retorna sem as malas. Segundo a polícia, ela afirmou que esqueceu as malas no carro. "O fato é que ele entrou no apartamento vivo e de lá não saiu", resumiu Carrasco.
OS INDÍCIOS
Segundo a polícia, Matsunaga era colecionador de armas e, após seu desaparecimento, Elise entregou à Guarda Municipal de Cotia algumas armas que pertenciam a ele para que fossem destruídas. Entre elas estava uma de calibre 7.65, idêntico ao usado no tiro à queima-roupa que atingiu o lado esquerdo da cabeça da vítima.
Carrasco disse também que no apartamento do casal existem várias geladeiras, "verdadeiras câmaras frigoríficas", que estão sendo periciadas. A polícia acredita que as partes do corpo de Matsunaga ficaram em algum tipo de refrigerador antes de serem jogadas em Cotia.
A polícia também encontrou no imóvel sacos de lixo de modelo idêntico ao usado para embalar as partes do corpo da vítima. Segundo o delegado Carrasco, são sacos muito incomuns, provavelmente importados, que possuem um filete vermelho na extremidade.
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