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Economia
Quarta - 06 de Junho de 2012 às 12:36

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Após anos de hegemonia, o reinado da soja pode estar com os dias contados em Mato Grosso. A oleaginosa é atualmente o carro-chefe da agricultura estadual, mas nos próximos anos pode deixar o posto devido ao crescimento exponencial da safra de milho. O próprio setor produtivo fala em uma inversão de papeis embora não se determinem prazos. Mas a transformação já começou. Em quatro cidades do estado a produção do cereal nesta temporada já ultrapassará a oleaginosa: Sorriso, Lucas do Rio Verde (importantes produtoras da soja), Vera e Cláudia, indica o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

De acordo com a entidade, será a primeira vez na história do estado que isso deve ocorrer. Em Sorriso, com uma área de 460 mil hectares, a segunda safra deve atingir 2,5 milhões de toneladas, 28% maior do que a produção de soja (1,9 milhão de toneladas). Já em Lucas do Rio Verde devem ser 914,7 mil toneladas do cereal para 701,4 mil toneladas de soja. Já Vera e Cláudia terão mais milho do que soja, 4,6% e 26%, respectivamente.

O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho no estado (Aprosoja), Carlos Fávaro, destaca que o crescimento do milho está associado ao misto de condições favoráveis e nos investimentos maiores feitos pelos agricultores. Em tom otimista, ele destaca que aos poucos o potencial do milho vai remodelar o cenário agrícola da unidade federada.

"O milho está engatinhando e acredito que certamente será o maior produto de Mato Grosso. Talvez não em renda, mas em produção vai passar a soja pela vocação da cultura em aceitar a tecnologia", disse ao G1. Mas como lembra o dirigente da Associação, a soja não deixará de influenciar diretamente a economia do estado. Embora possa ser ultrapassada no quesito de produção ainda será ela a maior geradora de riquezas para a agricultura. Somente para este ano, por exemplo, a renda com a cultura deve bater a casa de R$ 14 bilhões frente aos R$ 3,4 bilhões do milho, aponta o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Para o ex-ministro da Agricultura e presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Alysson Paolinelli, a safra de milho perdeu status de safrinha e se tornou "safrão". "Mato Grosso tem uma safrinha com indicativos formidáveis que podem atender a demanda mundial", declarou.

Somente em 2012 Mato Grosso deve produzir 13,1 milhões de toneladas de milho, volume 87,5% maior peraante ao verificado no período 2010/11, em 6,9 milhões de toneladas, conforme o Imea. "O milho já está tendo a produção maior", reforça Nery Ribas, gerente-técnico da Aprosoja de Mato Grosso.

Cleber Noronha, analista de mercado Imea, lembra ainda que as condições climáticas e a tecnologia utilizada contribuirão com o resultado do estado. O especialista frisa que somente neste ano Mato Grosso deve ofertar quase 20% de todo milho que será produzido no Brasil.

Estrutura
Atrelado ao crescimento do milho, maiores deverão ser os investimentos a serem feitos para que a estrutura seja suficiente para comportar o produto. Entre eles, mais recursos para a construção de armazéns.

"Precisamos de mais armazéns. Alguns grandes produtores têm a oportunidade de fazer por conta própria [a construção]. Mas todos podem fazer sua parte", completou o presidente da Aprosoja.





Fonte: Do G1 MT

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