"A Espanha tem intenção de pedir ajuda financeira (...). O montante a ser solicitado para a Europa será o suficiente", afirmou o ministro.
De acordo agências internacionais, o país aceitou pedir o resgate. Segundo a AFP, o Fundo Monetário Internacional (FMI) participará como supervisor e a zona do euro não pedirá um pacote de austeridade à Espanha em troca da ajuda.
Se Madri solicitar o pacote, o Eurogrupo está disposto a ajudar com o máximo de € 100 bilhões, cifra anunciada mais cedo pelas agências internacionais.
Iniciada às 11h (horário de Brasília), a reunião do Eurogrupo terminou por volta das 13h30 e contou também com a participação da diretora do FMI, Christine Lagarde.
Se o governo espanhol finalmente pedir a ajuda europeia, será o quarto país da zona do euro a receber um resgate de seus sócios, após Grécia, Portugal e Irlanda.
De acordo com a agência Reuters, duas fontes da União Europeia disseram neste sábado que o valor do resgate pode atingir € 100 bilhões. Fontes também passaram o mesmo valor às agências Efe e AFP, mas o valor oficial ainda não foi divulgado pelo Eurogrupo. “Neste momento estamos considerando um resgate de até € 100 bilhões para o setor financeiro espanhol”, precisou uma das fontes à AFP. “A declaração vai mencionar € 100 bilhões como um limite”, disse outra fonte, à Reuters.
Segundo as agências, a zona do euro exigiria que a Espanha estabilize o setor financeiro.
O encontro foi convocado após o FMI antecipar, na noite de sexta-feira (8), divulgação de relatório sobre a situação do sistema financeiro espanhol que estava prevista apenas para segunda-feira. O Fundo calculou, contudo, a necessidade de recapitalização dos bancos mais frágeis da Espanha em pelo menos 40 bilhões de euros.
O governo espanhol afirmou que está estudando o relatório e ouvirá, na tarde deste sábado, a opinião dos membros da zona do euro antes de tomar qualquer decisão sobre sua recapitalização, de acordo com informações de agências internacionais.
Na noite de sexta, o governo da Espanha afirmou que ainda não concluíra o eventual pedido de resgate à União Europeia e ao Banco Central Europeu (BCE) para a recapitalização generalizada de seu sistema financeiro. Apesar de ainda haver auditorias em andamento sobre a situação dos bancos na Espanha, o governo disse acreditar que todas seguirão a mesma linha do relatório do FMI, pelo que somente o documento do fundo já serviria como base para formular a solicitação.
A Comissão Europeia aconselhara Madri a aguardar até conhecer as necessidades exatas de seus bancos antes de formular qualquer pedido de auxílio, apesar de ter reiterado o tempo todo que a decisão sobre o momento de fazer isso depende exclusivamente do Executivo de Mariano Rajoy.
Nota da dívida
A discussão sobre o resgate acontece após a agência de classificação de risco Fitch rebaixar, na quinta-feira (7), a nota da dívida do governo espanhol em três níveis, de "A" para "BBB", com perspectiva negativa. No fim de janeiro, a mesma agência havia reduzido a nota da Espanha de "AA-" para "A". O novo rating é o mais baixo para a Espanha entre as três principais agências de classificação de risco.
A Fitch disse em um comunicado que a Espanha estava especialmente vulnerável para uma piora da crise da zona do euro devido a um alto endividamento externo.
A agência Moody"s disse, na sexta, que os desdobramentos envolvendo o setor bancário da Espanha e o crescente risco de que a Grécia deixe a zona do euro poderiam levar a rebaixamentos da classificação da dívida pública, os ratings soberanos, de outras nações da região.
Enquanto a Espanha se move em direção à necessidade de apoio externo direto de seus parceiros europeus, o maior risco aos credores do país pode levar a mais modificações de ratings", disse a Moody"s, em nota.
*Com informações da Efe, Reuters, AFP e da Agência Estado
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