Muito criticado por não ter participado da entrevista do ministro da Economia para explicar as condições da ajuda europeia, Rajoy anunciou que não modificaria a agenda, porque "a situação já está resolvida".
"Vou porque a seleção espanhola é a seleção campeã do mundo e acredito que é bom que o presidente do governo esteja na partida inaugural", afirmou.
Rajoy disse que o resgate aos bancos do país foi uma iniciativa de Madri, e não dos sócios europeus, e que graças às medidas de austeridade adotadas o país conseguiu escapar de uma intervenção com as de Grécia, Portugal e Irlanda.
O presidente do governo da Espanha, Mariano Rajoy, durante entrevista neste domingo (10) em Madri (Foto: AFP)
"Não fui pressionado, e não sei se deveria dizer isto, mas quem pressionou fui eu, porque queria uma linha de crédito para recapitalizar o setor bancário", afirmou Rajoy, apesar de ter declarado há menos de duas semanas de maneira categórica que os bancos espanhóis não precisariam de resgate.
Após uma videoconferência convocada em caráter de urgência no sábado com os ministros das Finanças da Eurozona, o ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos, anunciou que o país solicitaria financiamento para recapitalizar os bancos que precisam da medida.
Em seguida, o Eurogrupo afirmou estar disposto a conceder uma ajuda de até 100 bilhões de euros ao organismo público espanhol responsável pela reestruturação do sistema bancário, que injetará capital nas instituições com dificuldades.
No poder desde dezembro, o governo conservador de Rajoy aprovou sucessivas reformas e cortes - que afetam o mercado de trabalho, os setores da saúde e educação, entre outros - com o objetivo de reduzir o déficit do país de 8,9% em 2011 a 5,3% este ano e acalmar os mercados.
"Se não tivéssemos feito o que fizemos nos últimos cinco meses, ontem teria acontecido a intervenção do reino da Espanha", afirmou Rajoy em sua primeira entrevista após o anúncio do resgate aos bancos.
O primeiro-ministro conservador, que disse estar "muito satisfeito" com a ajuda ao país, defendeu que a medida servirá para dar mais credibilidade à moeda comum europeia.
"Ontem, o euro ganhou credibilidade", afirmou Rajoy.
"Aqui ganhou o euro, aqui enviamos uma mensagem muito clara e muito contundente e isto fará com que a credibilidade no projeto europeu aumente muito mais", completou.
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