Elize confessou ter matado o marido com um tiro na cabeça depois de ter sido agredida por ele numa discussão no apartamento do casal em São Paulo. O motivo da briga foi ela ter descoberto a traição do marido. Em seguida, ela esquartejou o corpo com uma faca e colocou as partes em três malas. O crime ocorreu por volta das 19h do dia 19 de maio. Marcos era diretor executivo da Yoki, uma das maiores empresas do ramo alimentício do país.
Na sexta-feira (8) foi ouvida a amante do empresário. A mulher, que trabalha como garota de programa, confirmou o relacionamento com Marcos e ainda contou que ganhou um carro de presente dele. A fase de depoimentos da investigação foi encerrada, de acordo com a Delegacia Geral. A previsão é que o inquérito seja concluído nesta semana, quando será relatado e encaminhado à Justiça.
Nesta segunda-feira (11), a Delegacia Geral de Polícia informou que peritos da Polícia Técnico Científica disseram que Elize levou seis minutos para colocar os membros da vítima nas malas e descer com elas, da cobertura do prédio, até o estacionamento. As partes do corpo foram localizadas em Cotia, na Grande São Paulo, no dia 27 de maio. As malas e a faca usadas no crime ainda não foram achadas. As malas foram jogadas numa lixeira e a faca no lixo de um shopping na capital.
Ainda segundo a Delegacia Geral, o delegado Jorge Carrasco, diretor do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pela investigação, entende que o caso já está praticamente concluído, restando apenas documentos do Instituto de Criminalística (IC) e do Instituto Médico Legal (IML) para serem anexados ao inquérito.
Entre os laudos que são aguardados estão o que irá revelar qual arma matou o empresário. Uma pistola é analisada. Ela havia sido deixada por Elize em uma base da Guarda Civil Metropolitana horas antes dela ser presa em 5 de junho. Outros laudos que restam são o necroscópico e a de local de crime.
O DHPP também foi descartada a possibilidade de Elize ter tido a ajuda de uma outra pessoa para cometer o crime. Para a investigação, a mulher de Marcos agiu sozinha, conforme relatou em seu interrogatório.
Elize responde pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e meio cruel, e ocultação de cadáver.
Vídeo
Um vídeo gravado por um detetive particular mostra Marcos em companhia de uma mulher em um restaurante de São Paulo um dia antes de ser morto e esquartejado, no dia 19 de maio. A mulher do executivo, Elize Matsunaga, de 30 anos, havia contratado o detetive para seguir o marido. Ela confessou ter atirado em Marcos e espalhado partes do corpo em região de mata da Grande São Paulo.
O vídeo obtido com exclusividade pelo Fantástico mostra o executivo saindo de um restaurante com uma mulher. Ele a abraça enquanto espera o manobrista trazer o carro.
No dia da gravação, Elize estava viajando para o Paraná, onde mora a mãe. Desconfiada, ela contratou o detetive para seguir o marido enquanto ela estivesse fora de São Paulo.
As cenas gravadas pelo detetive teriam provocado a discussão que terminou com o assassinato do executivo, em 19 de maio. As partes de seu corpo só foram encontradas oito dias após sua morte.
Discussão
Elize disse, em depoimento à polícia, que o marido ficou irritado com a "audácia dela de colocar um detetive atrás dele com o dinheiro dele" e a chamou de "vadia e vaca".
Segundo Elize, ele ficou nervoso, se levantou e deu um tapa no rosto dela.
A jovem contou que o marido ameaçou "sumir com a filha" e interná-la "para que ela não levasse a filha para longe dele".
Foi nesse momento que Elize afirma ter apontado para a cabeça do marido uma pistola 380, que o próprio Marcos Matsunaga havia dado de presente à mulher e que estava em uma cômoda da sala. Ela relatou que o executivo "começou a rir e a chamá-la de fraca e burra" e que voltou a ameaçá-la: "Disse que a vara da família ia saber que ela era prostituta e que ela não tinha condições de ficar com a filha".
Dez horas depois do crime, ela cortou o corpo de Marcos em pedaços.
Por volta das 11h do dia seguinte, Elize aparece no elevador de serviço, com três malas, e deixa o prédio na Vila Leopoldina, na Zona Oeste de São Paulo. Ela disse à polícia que iria para o Paraná, mas resolveu voltar.
Os pedaços do corpo de Marcos foram jogados em cinco lugares diferentes na região de Cotia. As malas foram jogadas em uma caçamba e a faca, na lixeira de um shopping.
Doze horas depois de sair de casa, ela reaparece nas imagens do elevador do prédio.
Empregada relata pedido incomum
Quando Elize voltou para casa, no domingo à noite, uma das três empregadas do casal, estava no apartamento. A funcionária diz que não notou nada diferente quando chegou, mas que, no dia seguinte, Elize fez pedidos incomuns. “Lavar os lençóis, lavar o cobertor, tirar capa de edredom. Aí eu falei pra ela ‘dá pra esperar um pouquinho mais tarde?’ Ela falou: ‘Não, vamos tirar agora.’ Aí eu fui até o quarto com ela e tirei”, contou.
A mulher diz que notou a ausência do executivo e perguntou pelo patrão. "Eu coloquei a mesa do café, ela tomou café, eu perguntei: ‘O seu Marcos não vai tomar café?’ Ela falou: ‘Não, ele não dormiu em casa’. Chegou a hora do almoço, eu coloquei dois lugares como sempre. Ela almoçou, tornei a fazer a pergunta. ‘Ele não vem almoçar?’ ‘Não, ele não vem almoçar’. Na hora da janta eu fiz a mesma pergunta: ‘Eu coloco dois lugares ou um?’ ‘Não, coloca os dois, de repente ele aparece pra almoçar, pra jantar.’ E aí ele não apareceu, e a gente parou de fazer pergunta.”
Segundo a empregada, dois dias depois, diante de mais perguntas, Elize afirmou que achava que o marido havia sido sequestrado.
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