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Polícia
Segunda - 18 de Novembro de 2013 às 01:27

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Uma iniciativa da Delegacia da Polícia Judiciária Civil do município de Chapada dos Guimarães humanizou o atendimento aos grupos vulneráveis - mulher, criança, idoso e portadores de necessidades especiais - e deu agilidade no encaminhamento as unidades de assistência social e saúde do município.
 
O trabalho é realizado desde o mês de agosto por uma psicóloga, do quadro de profissionais de Técnico de Desenvolvimento Social, da Secretaria de Estado de Segurança (Sesp), e uma assistente social, cedida pela Secretaria de Estado de Saúde (Ses) recentemente.
 
As duas profissionais são responsáveis pelo primeiro atendimento, ainda no calor da situação, às vítimas, sejam mulheres adultas, crianças ou adolescentes, em situação de violência doméstica ou sexual, e ainda a idosos e portadores de necessidades especiais que tenham sofrido algum tipo de violência.
 
De acordo com a psicóloga Flávia Baeta, a proposta do atendimento especializado nasceu de uma demanda apresentada pelo delegado Bruno Lima Barcellos, diante da quantidade de casos de violência doméstica que chegam à Delegacia. "A gente trabalha com o acolhimento no momento que a vítima busca a delegacia para registrar o boletim de ocorrência", afirma.
 
Em pouco mais de dois meses, foram realizados 96 atendimentos dentro da Delegacia, sendo 80 para vítimas de violência doméstica, e 36 encaminhamentos para rede de assistência social e de saúde. "O objetivo é atender as demandas emocionais da vítima e identificar outras necessidades, além da polícia, saúde, educação e defensoria pública", explicou à psicóloga.
 
De janeiro a setembro de 2013, a Polícia Civil registrou 185 ocorrências de violência contra a mulher, acima de 18 anos, em Chapada dos Guimarães. Dentre as principais ocorrências estão ameaças (72), preservação do direito (49) e lesão corporal (33). Também foram comunicadas 57 ocorrências envolvendo criança e adolescente na cidade. Dados que conforme levantamento da Delegacia de Chapada está concentrado, a maioria, na zona rural.
 
A professora Maria (nome fictício), 43 anos, é um dos casos clássicos de violência doméstica vivenciada por milhares de mulheres em todo o país. Em dois relacionamentos, a professora conta que sofreu agressões psicológica e física dos companheiros, mas tinha a esperança de que a situação iria melhorar. "Na minha visão achava que ia melhorar, mas de repente ele começou a se transformar", relata.
 
Ainda se recuperando do trauma, a professora disse que tomou coragem de denunciar o companheiro, na Delegacia da Polícia Civil, em Chapada dos Guimarães, depois de quase morrer enforcada na semana passada. Agressão, que segundo ela, não teria sido a única do relacionamento de 5 anos. "Foi a primeira vez que procurei a delegacia e com muita vergonha. Mas quando cheguei lá recebi o apoio que precisava. Já tinha decidido que não ia mais aguentar essa situação. Agora parece que estou mais forte", declarou a professora.
 
Além do atendimento psicossial na Delegacia, as vítimas passarão a ter acompanhamento no seio familiar, como forma de conhecer o ambiente e assim traçar o perfil da mulher vítima de violência doméstica no município de Chapada dos Guimarães. "A ideia é ir a casa para fazer acompanhamento", afirma Flávia.
 
O delegado Bruno Lima Barcellos disse que o trabalho desenvolvido pelas profissionais fortaleceu o
inquérito policial depois que as vítimas passaram pelos procedimentos de atendimento da psicóloga e assistência social. "Deu mais segurança jurídica e supriu uma necessidade do nosso dia a dia, que era humanizar e melhorar a qualidade do atendimento da delegacia", analisa o delegado.
 
Para o delegado, o trabalho já surtiu efeito dentro da própria delegacia junto aos servidores e, principalmente, perante á população do município, que além de elogios externados por meio de moções de aplausos do legislativo municipal, as vítimas estão mais confiantes em denunciar casos na unidade. "Notamos um aumento da busca voluntária na delegacia. A receptividade junto ao Fórum tem sido elogiada", afirma.
 
As profissionais também participam de treinamento para o atendimento às vítimas em caso de violência sexual, em especial mulheres, crianças e adolescentes.





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