A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deu início na manhã desta terça-feira (12) ao leilão de faixas para oferta de serviço de telefonia móvel rural e telefonia celular de quarta geração (4G) – que, na avaliação de especialistas ouvidos pelo G1, será ao menos 20 vezes mais rápida que a atual rede 3G.
Para o presidente da Anatel, João Batista de Rezende, no entanto, a banda larga móvel de quarta geração no Brasil deve oferecer velocidade de até 20 Mbps (megabits por segundo), dez vezes maior do que os 2 Mbps máximos proporcionados pela 3G nacional.
O presidente da comissão especial de licitação, Bruno de Carvalho Ramos, declarou que todos os seis grupos que apresentaram propostas para os lotes, na semana passada, cumpriram os requisitos do edital e estão aptos a participar do leilão.
A comissão de licitação também já leu as declarações de parte das empresas de renúncia do direito de exploração de faixas de frequência de 2,5 GHz, utilizada para prestação de serviço de TV por assinatura em algumas regiões do país.
A renúncia é exigência da Anatel para que empresas interessadas possam participar do leilão dos quatro lotes que dão direito a prestar o serviço de 4G em âmbito nacional. Abriram mão de faixas de 2,5 GHz as empresas a Net e Claro, que estão coligadas na disputa do leilão, além da Telefônica/Vivo.
Telefonia rural
Seis grupos vão disputar até 273 lotes de faixas de frequência: Claro, Telefónica/Vivo, Oi, TIM, TV Filme (que pertence à Sky) e Sunrise, do investidor George Soros. Claro (com a Americel) e TIM (Intelig) vão disputar com duas empresas cada uma.
Como era previsto, nenhuma empresa fez oferta para a faixa de 450 MHz, destinada à telefonia rural. Sendo assim, a comissão de licitação passa à abertura dos envelopes com as propostas para os quatro lotes que dão direito a prestar serviço de telefonia móvel 4G em todo o país.
Sem oferta para a faixa de 450 MHz, os vencedores dos quatro lotes nacionais do 4G serão obrigados a fazer os investimentos necessários para a oferta da telefonia móvel rural.
4G
A banda larga ultrarrápida entrou em operação em 2006, na Coreia do Sul, por meio da tecnologia WiMax, migrando posteriormente para o padrão Long Term Evolution (LTE), que permite downloads de 100 megabits por segundo (Mbps) no acesso móvel. Hoje, segundo a consultoria ABI Research, há mais de 40 redes 4G em operação no mundo, que vão conectar 61 milhões de dispositivos móveis até o fim deste ano (a maior parte smartphones), chegando a 100 milhões em 2013.
A experiência real dos serviços 4G, no entanto, depende da estrutura da rede e do número de usuários que compartilham o sinal em determinado momento. “Além disso, as operadoras costumam estabelecer um limite à velocidade de acesso para garantir uma navegação uniforme. Então mesmo que somente uma pessoa esteja acessando a internet em um determinado local, a velocidade não vai atingir 100 Mbps, por exemplo”, explica Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco.
Quando chegar ao país, a tecnologia LTE permitirá que o internauta brasileiro faça o download de uma foto em 1 segundo ou baixe uma música em 2 segundos, em seu smartphone, tablet ou com um modem 4G portátil no computador. A previsão se baseia em uma oferta local nas velocidades entre 5 e 12 megabits por segundo (Mbps) estimada pelas consultorias Teleco e IDC Brasil. Confira abaixo o gráfico comparativo de velocidades de acesso entre os serviços 4G, 3,5G e 3G.
A velocidade real estimada para as redes 4G representa um acesso de 20 a 40 vezes mais rápido, em média, do que o alcançado com as atuais redes 3G – entre 256 kilobits por segundo (Kbps) e 1 Mbps.
No edital do leilão de 4G, a Anatel não define as velocidades de acesso que devem ser oferecidas pelos prestadores da banda larga de quarta geração na frequencia de 2,5 GHz. Já nas áreas rurais, pela frequência de 450 MHz, as empresas serão obrigadas a oferecer acesso à internet com taxas de transmissão de 256 Kbps de download e 128 Kbps de upload, no mínimo.
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