Brasil e Argentina lideram protecionismo, diz China
"Esperamos que o ambiente de investimento no Brasil seja mais transparente, estável e aberto", afirmou Xu, durante entrevista ontem a jornalistas latino-americanos
"A queixa principal que o governo recebe das empresas se concentra no desconhecimento das políticas governamentais do Brasil. Segundo, com respeito aos impostos, a forma tributária é muito variada, e as taxas são bastante elevadas. Além disso, para os trabalhadores dessas empresas, demora muito tempo para conseguir visto de trabalho", afirma Xu.
Ela disse que as empresas chinesas sofrem para lidar com as diferenças dos sistemas tributários entre os Estados. "Estamos em negociação com o governo nacional e com os governos estaduais para solucionar essas dificuldades."
Questionada sobre a participação de empresas chinesas na licitação do trem-bala e na concessão dos aeroportos, ele limitou-se a dizer que "uma empresa está acompanhando o desenvolvimento" do projeto ferroviário e que a decisão final dependerá da "viabilidade e do ambiente de investimento".
Por outro lado, Xu afirmou que o governo chinês estimula investimentos no Brasil e citou empresas de outros setores, como a Chery (automóveis) e a Huawei (telecomunicações).
Os principais investimentos chineses no Brasil se concentram no setor de petróleo. Na maior operação, a Sinopec adquiriu 40% da Repsol Brasil por US$ 7,1 bilhões.
Na área de infraestrutura, Xu disse que há duas obras no Brasil com participação chinesa: o gasoduto Sudeste-Nordeste e um porto marítimo.
*COMÉRCIO
Mesmo elogiando o crescente comércio entre a China e a América Latina, Xu criticou o protecionismo da região, principalmente o Brasil e a Argentina.
"Mundialmente, a Argentina é o país que mais aplicou medidas antidumping contra a China. "Também temos essa mesma dificuldade no Brasil, outro país líder nesse sentido na região.
A funcionária do Ministério do Comércio viu com ressalvas a proposta argentina, feita no mês passado, para elevar de forma geral as tarifas cobradas para a importação de produtos de fora dos países do Mercosul.
"É preciso ver se isso esse aumento estaria de acordo com o compromisso feito pelo Mercosul com a OMC (Organização Mundial do Comércio)", afirmou.
Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil e, a partir de 2010, seu maior investidor estrangeiro. No ano passado, o Brasil teve um superávit de US$ 11,5 bilhões. O governo Dilma Rousseff, porém, avalia que a pauta de exportação está excessivamente concentrada em commodities, principalmente minério de ferro, soja e petróleo.
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