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Política
Quarta - 13 de Junho de 2012 às 13:35

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O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), ofereceu à CPI do Cachoeira seu sigilo bancário, fiscal e telefônico, com o argumento de que "quem não deve não teme".

O anúncio do governador arrancou aplausos e assovios de assessores do governo do Distrito Federal e parlamentares, que acompanhavam a sessão da CPI. Na sala ao lado da CPI, mais de 30 assessores e deputados assistem à sessão e aplaudem Agnelo conforme as respostas do governador.

"O governador mostrou que não tem nada a esconder", disse o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). O deputado da oposição Onyx Lorenzoni (DEM-RS) pediu que a promessa de Agnelo seja formalizada ainda hoje e nos mesmos termos das outras quebras de sigilo feito pela CPI, com o prazo de dez anos.

O presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), disse que a formalização será discutida depois pela CPI.

A promessa de Agnelo foi um aceno à CPI contra o governador de Goiás Marconi Perillo, do PSDB. Ontem, o tucano causou bate-boca dentro da CPI ao se recusar a oferecer a quebra de sigilo. "O PSDB agora acabou. Perillo tem medo, Agnelo não", disse o deputado Silvio Costa (PTB-PE).

DELTA

No depoimento à CPI, Agnelo negou irregularidades em seu governo no contrato com a Delta, cujo ex-diretor era parceiro de Carlos Cachoeira.

"Essa é a história de um governo que vem ser perseguido pelo crime organizado e de um governante que a despeito disso trabalha para restituir o poder público no DF", disse. "O contrato da Delta não foi assinado em meu governo e foi a mando da Justiça. Mas o governo eleito não era amigo. Depois de 26 dias que tomei posse determinei um auditoria profunda", disse.

O governador disse também no depoimento à CPI do Cachoeira que o grupo do empresário Carlos Cachoeira "tentou, mas não conseguiu", fraudar uma licitação no governo do Distrito Federal.

Segundo Agnelo, a investigação da Polícia Civil do DF sobre a atuação do grupo de Cachoeira na licitação da bilhetagem eletrônica do DFTrans mostra que o governo do DF não tem ligação com o grupo.

"O grupo de Cachoeira tentou fraudar uma licitação do sistema de bilhetagem. Tentou, mas não conseguiu porque o DFTrans sequer realizou a licitação", disse o governador.

Para o governador do DF, a acusação de que Cachoeira tinha influência em seu governo é "ofender a inteligência alheia". "Como então falar em Carlos Cachoeira operando em licitação no GDF se não houve a licitação? Se ele tivesse ligação do governador, precisava de lobista para chegar até o secretário de Transportes? Não vamos ofender a inteligência alheia", disse.

O governador ainda cobrou dos deputados e senadores que apontassem algum ato do DF em favor de Cachoeira. "Que ato do governador que beneficiou essa organização? Quando foi? Eu quero um só", disse.

Agnelo Queiroz usou ainda um outro caso levantado pela Polícia Federal para afirmar que o governo do DF impediu a atuação do grupo de Carlos Cachoeira. "Os autos da operação Monte Carlo mostram que eles forjaram a compra de terras públicas e tentaram legalizar a posse. Foi mais uma tentativa frustrada", disse. "Se Cachoeira tinha acesso ao governador, porque tinha que aliciar funcionários da base e mesmo assim não conseguiu?", completou Agnelo.






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