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Política
Quarta - 13 de Junho de 2012 às 16:13

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O governador Agnelo Queiroz garantiu que permitirá a quebra de seus sigilosos bancário, fiscal e telefônico. Foto: José Cruz/Agência Senado

O governador Agnelo Queiroz garantiu que permitirá a quebra de seus sigilosos bancário, fiscal e telefônico
Foto: José Cruz/Agência Senado

 
O líder do PSDB na Câmara, deputado Bruno Araújo (PE), anunciou na tarde desta quarta-feira que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), lhe telefonou e colocou à disposição da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira seus sigilos bancário, fiscal e telefônico, para esclarecer dúvidas que tenham restado após seu depoimento ao colegiado, na terça-feira. Hoje, ao falar aos membros da comissão, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), afirmou que permitiria a quebra de seus sigilos. "Quem não deve, não teme."

 

Questionado sobre o motivo de Perillo não ter liberado os sigilos ontem, quando esteve na CPI, o líder tucano disse que a forma como o governador foi questionado pelo relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), o colocava como investigado e, por isso, não foi possível chegar a acordo. "Não há nada a esconder, e o PSDB tem confiança na idoneidade do governador Perillo", disse o deputado.

No entanto, é pública a informação de que a sessão de hoje é exclusivamente para tomada do depoimento de governador do Distrito Federal, não sendo possível então que um requerimento entre em votação. Bruno Araújo chegou a mencionar a possibilidade de votar hoje a quebra de sigilo, mas o vice-presidente da comissão, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), ressaltou que a sessão de hoje não é administrativa.

Uma reunião administrativa está marcada para esta quinta-feira. Detalhes pontuais, como por exemplo o período das movimentações bancárias que poderá ser revelado, ainda não foi debatido, sinalizando que o tema está longe de ser pacificado.

A pressão para a quebra de sigilo de Perillo chegou ao Twitter, onde vários usuários usaram a palavra-chave #PerilloAbraOSigilo em suas publicações na rede social para pedir que o governador autorize a quebra de sigilo.

Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.

Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.

Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.

O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas.

Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.

Com informações da Agência Câmara.





Fonte: Terra

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