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Polícia
Quinta - 14 de Junho de 2012 às 22:29

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Outras três vítimas do pai de santo Edmar dos Santos Araújo, 23 anos, conhecido como Pai Bruno de Ogum, prestaram depoimento nesta quinta-feira (14) na 14ª DP (Leblon), na Zona Sul do Rio de Janeiro. O pai de santo, que foi preso na madrugada de quarta-feira (13), prometia devolver a pessoa amada em três horas.

Uma vítimas, uma jovem de 24 anos que não quis se identificar, contou que queria reatar um relacionamento de seis meses com a ex-namorada e viu o anúncio do pai de santo no jornal. "Perdi meu dinheiro, mas agora estou aliviada", disse a jovem sobre a prisão de Edmar, acrescentando que o primeiro contato foi feito por uma mulher que se identifcou como "Mãe Luciana", que trabalhava com o pai de santo. "Depois de tudo que passei, nem da ex quero saber mais", completou.

Segundo a jovem, ela foi ameaçada por Pai Bruno, que teria dito a ela que "uma entidade iria matá-la" caso não pagasse toda a quantia que ele exigia para realizar o "trabalho espiritual". Os contatos, de acordo com a vítima, aconteceram nos dias 5, 6 e 7 de maio.

A jovem contou que, inicialmente, Mãe Luciana pediu a quantia de R$ 77 e alguns objetos como uma calça, uma blusa, uma foto dela junto com a namorada e um frasco de perfume lacrado. Depois, segundo a vítima, a mulher ainda teria pedido mais R$ 270 para fazer um outro trabalho com o uso de animais.

Em seguida, ainda segundo a jovem, Mãe Luciana disse que ela precisaria comprar um líquido para um banho que custava R$ 350, mais a taxa do motoqueiro, de R$ 20. No dia seguinte, a mulher voltou a fazer contato com vítima, afirmando que ela precisaria comprar uma champanhe de R$ 380, além de mais uma taxa do motoqueiro, de R$ 20.

Quando a vítima disse que não tinha mais dinheiro, Pai Bruno teria ligado e ameaçado a jovem de morte. Ela então entregou a quantia e o pai de santo explicou que até meia-noite ela teria a namorada de volta.

No dia seguinte, no entanto, a jovem contou que Mãe Luciana pediu mais dinheiro para fazer um patuá. A vítima contou que voltou a dizer que não tinha mais dinheiro e sofreu novas ameaças. Com medo, a jovem chegou a ficar alguns dias escondida em casas de amigos.

Ela foi à delegacia após reconhecer a foto de Edmar pelo Facebook. "Quando eu vi a foto, falei: Deus ouviu minhas preces", afirmou a jovem.

Motorista queria resolver problemas financeiros
Outra vítima, um motorista de 37 anos, que também não quis ser identificado, procurou o pai de santo para resolver suas questões financeiras. Ele contou que todos os contatos foram feitos pelo telefone. Na primeira ligação, segundo a vítima, Pai Bruno falou que o trabalho iria custar R$ 350, mas ele faria "uma promoção" e só cobraria R$ 170. O pai de santo teria fornecido o número da conta para que o depósito fosse feito e assim começar os trabalhos. A vítima contou que o pai de santo deu um período de três horas para que a vida dele melhorasse.

De acordo com o motorista, uma secretária do pai de santo ligou para confirmar o depósito e pediu uma quantia ainda maior. A vítima disse que não pagaria mais nada e a secretária, segundo o motorista, explicou que se ele não depositasse, sua vida iria piorar, dizendo ainda que "a entidade" o mataria até as 18 horas daquele dia. "Eu via que cada vez eles pediriam mais dinheiro”, contou a vítima.

O motorista explicou que fez o primeiro contato com Edmar em abril. "Eu esperei passar todo esse tempo porque queria ir um dia até o terreiro deles. Queria ir lá, dar umas porradas neles e quebrar tudo", afirmou ele, acrescentando que guardou todos os comprovantes dos depósitos para que pudesse usar isso na sua defesa, caso viesse a ser processado.





Fonte: Do G1 RJ

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