Bezerra condiciona Totó como vice para PMDB apoiar Mauro a prefeito
O presidente regional e cacique do PMDB, deputado Carlos Bezerra, já abriu a caixa de "presente" que prometera a Mauro Mendes (PSB) para entregar-lhe junto com a legenda peemedebista, com vistas a reforçar a candidatura própria a prefeito de Cuiabá. Em reunião nesta quinta, Bezerra exigiu que o seu afilhado político, ex-vereador Totó Parente, que estava morando no Rio e retornou a Cuiabá de "mala e cuia", seja o vice de Mauro. Se o pré-candidato do PSB recusar o "presente", o PMDB pode buscar outra altenativa de apoio. Mauro sinalizou positivamente, mas pediu trégua para dar uma resposta.
Poderia ser um processo natural a aliança majoritária PSB-PMDB na Capital, mas se tornou traumática e abriu crise dos dois lados por causa das ações de bastidores, especialmente de Totó e da cúpula do partido do governador Silval Barbosa. Totó bateu duro até conseguir "minar" o projeto de candidatura própria do PMDB com o empresário Dorileo Leal, que desistiu. No acordo inicial, Totó recebera a missão de levar o seu partido para os braços de Mauro e, em moeda de troca, ser o vice. Seria uma tarefa quase impossível, já que Dorileo estava firme com a pré-candidatura. Como o trunfo deu certo, Totó agora sente-se confortável para reivindicar a vice e com aval do padrinho Bezerra.
O problema é que parte do PMDB resiste a indicação de Totó e, por outro lado, aliados de Mauro, que lidera as pesquisas de intenção de voto e hoje seria eleito no primeiro turno, temem um efeito devastador. Ter o ex-vereador de vice seria dar "munição" para os concorrentes, principalmente por se juntar com um partido considerado adversário político. Mauro concorreu a governador em 2010 e perdeu para o peemedebista Silval, reeleito no primeiro turno. Houve entre ambos troca de farpas e acusações. Os ataques mais fortes partiram de Mauro.
A tentativa de reaproximação agora passa por eventuais composições políticas visando o pleito de 2014. Embora negue, Mauro e a cúpula do PMDB teriam avançado sobre algum entendimento para a eleição seguinte. De todo modo, o empresário passou a avaliar melhor se aceita a imposição peemedebista, de emplacar Totó de vice, porque teme que a eleição para o Palácio Alencastro que, em tese, estaria ganha, pode se complicar. Ademais, Mauro está sendo "assediado" por outros partidos, com várias opções para vice da chapa. Totó e uma figura populista, se articula e joga nos bastidores, mas está desgastado politicamente. Foi candidato a prefeito em 2004 e teve votação pífia. No cenário de hoje, mais desagrega do que aglutina à candidatura de Mauro.
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