Usinas Itamarati volta funcionar com 100% do efetivo em Nova Olímpia
Após 3 dias em greve, trabalhadores da Usinas Itamarati, em Nova Olímpia (a 207 km de Cuiabá) retornaram ao trabalho à zero hora de quinta-feira (14). A empresa manteve a proposta de reajuste salarial em 6%, ao passo que o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Fabricação de Álcool (Sintialcool) exigia 8%. Porém, o fator determinante para a categoria ceder e fechar o acordo foi os benefícios, como o aumento de 20% no auxílio creche para as trabalhadoras, abono salarial de R$ 150 para quem recebe salários de até R$ 2,5 mil, congelamento por 1 ano nos reajustes no plano de saúde, na alimentação e também no vale combustível e compromisso de implantação de um Plano de Cargo de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS) até outubro.
A greve que começou no dia 11 atingiu cerca de 70% dos 680 trabalhadores na área de produção da usina de açúcar e álcool, que está entre as maiores do segmento no Brasil. No 1º dia de paralisação o diretor-presidente da usina, Sylvio Nóbrega Coutinho, afirmou que a produção estava normalizada funcionando em 100%. Contudo, o presidente do sindicato dos trabalhadores, Jacil Benedito de Ambrósio relatou que para manter o mesmo ritmo a empresa recrutou parte de funcionários terceirizados e alguns trabalhadores foram deslocados para outras áreas de produção. Foi a 1ª vez que funcionários deflagram greve na usina que produz diariamente 1,5 mil metros cúbicos de etanol e 2 mil toneladas de açúcar.
Para suspender a greve, a classe trabalhadora aceitou o reajuste de 6% para todos os funcionários da usina, inclusive para os cargos que têm salários acima de R$ 2,5 mil. Pela proposta inicial da empresa, esses trabalhadores receberiam aumento de 5,5%, mas a proposta acabou modificada. Aumento tem data retroativa a 1º de abril e as diferenças salariais de abril e maio serão pagas pela empresa até 29 de junho próximo.
Também ficou definido um abono de R$ 150, pago uma única vez ao ano para todos os colaboradores que ganham até R$ 2,5 mil. Outro benefício anual, o Programa de Participação de Resultado (PPR) será de R$ 900. Piso salarial de R$ 750 foi reajustado em 10% e o auxílio creche criado em 2011 para todas as mulheres saltou para R$ 180 mensais.
Diretoria da empresa também se comprometeu em não repassar aos trabalhadores o aumento no plano de saúde, no vale alimentação e também no combustível. Conforme o sindicalista Jacil Benedito de Ambrósio, cada funcionário que possui veículo tem direito a 200 litros de álcool por mês ao preço de R$ 0,90 (l), mas que seria reajustado para R$ 1,30. Todos esses aumentos ficam congelados até o dia 31 de março de 2013. Pedido dos grevistas para que os 3 dias de paralisação não fossem descontados no pagamento também foi atendido e registrado em documento.
Acordo ocorreu na manhã de quarta-feira (13) por intermédio da Superintendência Regional do Trabalho em Mato Grosso e presença de 3 integrantes do setor de Recursos Humanos e 2 assessores jurídicos da empresa, além de 3 membros do sindicato dos trabalhadores. Após assinatura da ata pelas duas partes envolvidas, a auditora fiscal do Trabalho, Marilete Mulinari Girardi, orientou os representantes da empresa que quaisquer perseguições aos trabalhadores que aderiram a greve, poderão ser caracterizadas como assédio moral e o Ministério do Trabalho poderá intervir.
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