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Saúde
Sábado - 16 de Junho de 2012 às 07:22

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RJ: Médicos do SUS são suspeitos de usar hospitais como clínicas estéticas
RJ: Médicos do SUS são suspeitos de usar hospitais como clínicas estéticas

O Ministério Público Federal investiga a suspeita de que médicos do SUS estariam usando hospitais federais do Rio como clínicas de estética. A reportagem é de Mahomed Saigg e Flávia Jannuzzi.

A denúncia é dos próprios funcionários: em hospitais públicos, médicos estariam cobrando para fazer cirurgias e procedimentos particulares. Um esquema de desvio de próteses de silicone. Em vez de serem usadas em pacientes que tiveram câncer e perderam a mama, foram aplicadas em mulheres que desejam aumentar os seios. Esses procedimentos não podem ser feitos pelo SUS.

“Além da prótese mamária, a própria cirurgia de face, com anestesia local, lipoaspiração de pescoço, de abdômen e de orso. Todos os procedimentos são pagos pelo Ministério da Saúde, em suma por todos nós, os contribuintes”, explica um servidor que não quis se identificar.

Os médicos também estariam aplicando toxina botulínica para embelezar pacientes. O uso da substância deveria ser destinado apenas a quem sofre de enxaqueca e incontinência urinária. “Muitas vezes você não precisa nem identificar aquilo que foi feito porque não há um controle efetivo do uso desse material”, alerta o servidor.

Segundo as denúncias, o esquema funciona há pelo menos três anos. Em uma planilha do Hospital da Lagoa, não há identificação de várias pessoas que receberam silicone. Em outra, do Hospital dos Servidores, foram cinco próteses para uma mesma paciente e no mesmo dia.

O Ministério Público Federal já está investigando o caso. Os médicos podem ser denunciados por corrupção e peculato, quando há uso indevido de um cargo público. Os pacientes também podem ser incriminados por coautoria.

“Quando se sabe que itens adquiridos para o atendimento da população são desviados para atender a interesses particulares, a coisa ganha uma conotação muito grave”, destaca o procurador federal Carlos Aguiar.

O Ministério da Saúde declarou que se a sindicância interna confirmar a fraude, os médicos serão punidos.






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