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Agronegócios
Sábado - 16 de Junho de 2012 às 10:19

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A supersafra do milho está levando os preços da saca de 60 quilos do cereal despencarem em Mato Grosso. Hoje, é possível encontrar a saca em média a R$ 13. Caso venha a cair para R$ 10 os produtores não descartam uma safra 2012/2013 menor, pois o valor não cobre os custos de produção. Nesta semana, o governador de Mato Grosso Silval Barbosa e produtores reivindicaram ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a realização de contratos de opção do grão. O edital com as decisões sairia ainda ontem. Atualmente, das 13,1 milhões de toneladas estimadas já foram comercializadas antecipadamente cerca de 50%. Produtores, por conta das chuvas atípicas e aumento da área, já preveem 15 milhões de toneladas na 2ª safra 2011/2012.

Conforme o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Carlos Fávaro, foram apresentados ao ministro Mendes Ribeiro Filho dados da produção 2011/2012 de milho de Mato Grosso levantados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), estudo este que mostra alta de 87,7% na produção frente aos 6,9 milhões de toneladas colhidos na safra 2010/2011. “Pedimos ao governo federal para intervir nas constantes quedas de preço, pois com essa superprodução caiu muito.

O ministro nos assegurou a compra de 2,5 milhões de toneladas por meio de contrato de opção e se necessário a realização de leilões de PEP para o escoamento do cereal para outras regiões do Brasil, com o intuito de abastecer o mercado interno, principalmente de produção de animais como aves e suínos. Para isso ficou de ser assinado ontem a portaria interministerial que libera as aquisições e leilões do cereal”. Segundo Fávaro, o preço mínimo da saca de 60 quilos em Mato Grosso era de R$ 13,98 e foi reduzida para R$ 12,60. “Enquanto isso os insumos aumentaram de 25% a 30% o preço. Esse mínimo estipulado pelo governo não paga o custo de produção”.

VALOR IDEAL

Para o produtor e vice-presidente do Sindicato Rural de Sinop, Antônio Galvan, que acompanhou a reunião em Brasília (DF), o valor mínimo da saca ideal para sustentar os preços da produção seria R$ 15.

“Ainda não sabemos este valor mínimo e nem quanto o governo federal pagará pelo nosso milho. Esperamos que seja superior aos 2,5 milhões de toneladas, pois já se está falando em uma safra de 15 milhões”.

Para a produtora de Claúdia, Roseli Giachini, a intervenção do governo é necessária, pois o mercado não está comprador. Ela revela que, das 13,4 mil toneladas estimadas a serem colhidas em sua propriedade, 66% foram vendidas antecipadamente há um ano. “O restante segue em aberto. O mercado está esperando o preço cair mais”. Em Cláudia a saca é encontrada em média a R$ 13.

Segundo o produtor de Nova Mutum e vice-presidente Norte da Aprosoja-MT, Naildo Lopes, desde setembro se vem falando sobre recordes na safra, porém o governo “não acordou ainda”.

“É preciso ao menos R$ 15 o preço mínimo da saca, pois temos ainda a nova legislação dos motoristas que irá encarecer o escoamento. Se a saca cair para R$ 10 será impossível produzir na safra 2012/2013”. Conforme a Folha do Estado já comentou o custo de produção estimado em maio para o milho é de R$ 1.545,41, 4,6% maior que os R$ 1.456 gastos ao final do plantio da safra 2011/2012.
 






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