ONU suspende monitoramento na Síria por escalada na violência
"Os observadores não vão conduzir patrulhas e vão permanecer em seus lugares até segunda ordem", declarou o general norueguês Robert Mood, chefe da missão.
A decisão ocore "devido à intensificação da violência armada nestes dez dias (...) e aos riscos", afirmou o comunicado do general Mood.
"Os contatos com as partes serão limitados", completou o comunicado.
"A ausência de vontade das duas partes (governo e rebeldes) para chegar a uma transição pacífica aumentam as perdas", afirmou o comunicado do general Mood.
"Civis inocentes, homens, mulheres e crianças morreram todos os dias", explicou o general Mood.
RISCOS
Para o chefe da Missão dos mais de 300 soldados da ONU na Síria, a atual situação "implica riscos significativos para nossos observadores".
A ordem de suspensão será revisada diariamente e as operações só serão retomadas, segundo Mood, "quando percebemos que a situação é adequada para prosseguir as atividades do mandato".
O militar norueguês reiterou que o objetivo da missão é o "retorno às operações normais" e enfatizou que a UNSMIS "está comprometida com o povo da Síria".
A missão da ONU, proposta pelo mediador da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, foi mobilizada na Síria no último mês de abril. Eles estão em missão no país para que se aplique o cessar-fogo negociado entre oposição e governo.
GOVERNO
O ministério sírio de Relações Exteriores disse que entende a decisão do chefe dos observadores da ONU na Síria de suspender as atividade, mas rechaçou qualquer responsabilidade do governo de Bashar al-Assad no aumento da violência.
"O ministério entende a decisão tomada pelo general Robert Mood (...) os grupos terroristas armados intensificaram suas operações criminais, visando especialmente os observadores da ONU e ameaçando suas vidas" disse um comunicado divulgado pela agência oficial de notícias "Sana".
OPOSIÇÃO
O ex-presidente do opositor CNS (Conselho Nacional da Síria ) Burhan Ghalioun pediu no sábado que a ONU envie tropas ao país logo depois do comunicado de Mood.
"Hoje está claro que não podemos contar com observadores desarmados. Você tem que enviar tropas da ONU para a Síria, uma missão maior e capaz de se proteger contra a violência do regime de al-Assad", disse o líder da oposição em Istabul.
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