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Agronegócios
Segunda - 18 de Junho de 2012 às 22:06

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Os suinocultores passam pela pior crise da história em Mato Grosso. A baixa nos preços  fez o setor entrar em colapso. Mesmo com a aprovação de linha de crédito, alguns suinocultores já desistiram de continuar na atividade, o que resultou no fechamento de várias granjas e com muitas outras à beira da falência, segundo o presidente da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Paulo Lucion.
 
Segundo ele, o preço do quilo de venda do suíno é de R$ 1,75, o mais baixo de todo o Brasil. Comparado com São Paulo que comercializa a R$ 2,05 e Minas Gerais (R$ 2,20), os suinocultores avaliam que a produção se tornou insustentável. O produtor de Mato Grosso gasta em média R$ 2,25 com custos de produção do animal, uma desvalorização de aproximadamente 30% na venda.
 
Para o presidente da Acrismat, os custos de produção estão tornando a atividade inviável. “Os preços dos insumos para alimentar os suínos estão muito caros. O valor do milho e da soja aumenta constantemente, já o quilo do suíno só apresenta queda”, informou o presidente.
 
A desistência da suinocultura já é uma realidade para diversos produtores de Mato Grosso. O empresário Jackson Luiz Dulnik, que possui uma propriedade em Sorriso (412 km de Cuiabá), abandonou a atividade este mês. “Eu comprava leitões para a engorda, mas infelizmente o preço do suíno está muito baixo. Estou tendo muito prejuízo, pois tenho gastos com a alimentação do animal e na hora de vender o preço não é valorizado”, explicou.
 
Mesmo com a adesão da linha de crédito especial aprovada na última sexta-feira (15.06) pelo Conselho Deliberativo do Fundo do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Condel/FCO), os suinocultores não estão conseguindo desenvolver as atividades. A medida garante a retenção das matrizes e abertura de crédito de custos para o suinocultor, com uma carência maior para pagar.
 
De acordo com o presidente da Acrismat, a linha de crédito ameniza o colapso, porém não acaba com a crise. “Embora tenhamos conseguido o crédito, de nada adianta se o preço da produção continuar maior que o da venda do quilo do suíno. Com essa fórmula, nós vamos continuar perdendo”, explicou Paulo.
 
Um dos motivos para o colapso é a dificuldade de comercialização da carne suína. O baixo consumo da carne no mercado interno e a queda nas exportações ocasionaram a queda no valor pago. Outro fator que contribui são os gastos com insumos (milho e farelo de soja), que têm se tornado cada vez mais caros na maioria das regiões. 

 “Assim, o poder de compra dos suinocultores está diminuindo. Uma das alternativas para acabar com o colapso é a inclusão da carne suína na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). A suinocultura precisa do apoio do Governo Federal e Estadual para voltar a ser uma atividade promissora”, pondera Paulo Lucion.






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